FERTILIZANTE
Agricultor deve continuar produzindo bioinsumos para uso próprio, defende CNA
“É uma prática mundial que já vem acontecendo há bastante tempo e de forma segura". Afirma diretor técnico adjunto da entidade, Reginaldo Minaré.
A Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) defendeu, na sexta (12), a liberdade dos produtores rurais brasileiros em continuar produzindo bioinsumos para uso próprio em suas propriedades.
O diretor técnico adjunto da entidade, Reginaldo Minaré, participou de audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados para discutir o Projeto de Lei 658/2021, que regulamenta a produção de bioinsumos no país.
Segundo Minaré, o interesse pela produção de bioinsumos tem se tornado cada vez maior. Na safra 2018/2019 o mercado de bioinsumos movimentou aproximadamente 660 milhões de reais. Na safra 2020/2021 o valor dobrou, chegando a R$ 1,3 bilhão.
“Isso demonstra que há espaço para a produção para uso próprio e industrial também. Não podemos permitir a construção de oligopólio do fornecimento de produtos biológicos”, disse.
Durante sua exposição, Reginaldo afirmou que o mercado é promissor e que o agricultor não se dedicaria a aprender a produzir o próprio bioinsumo se não fosse interessante, seja do ponto de vista da sustentabilidade, da redução dos custos de produção ou para facilitar o manejo da atividade.
“É uma prática mundial que já vem acontecendo há bastante tempo e de forma segura. A China, por exemplo, tem produzido fertilizantes com base em algas, um segmento extremamente promissor. E a FAO possui uma cartilha com receitas de mais de 25 biopreparados para que os agricultores possam utilizar”, explicou.
Na audiência, o diretor técnico adjunto da CNA também destacou que os bioinsumos são uma tecnologia que já convive e conviverá por muito tempo com os insumos químicos. “Não estamos falando de uma tecnologia disruptiva”, disse.
Para Reginaldo, o Brasil ainda é muito dependente da importação de fertilizantes e defensivos e a produção de bioinsumos, especialmente a de uso próprio, proporciona ao agricultor um controle maior do seu sistema produtivo.
“Nesse sentido apoiamos a iniciativa do Ministério da Agricultura que publicou em 2020 uma proposta de portaria para estabelecer parâmetros mínimos para a produção de bioinsumos para uso próprio, com base em protocolos orientadores e sempre no sentido de orientar e preparar os agricultores e não dificultar ou proibir”.
Os bioinsumos abarcam uma ampla gama de produtos de origem biológica, como microrganismo, insetos, biomassa e diversos biopreparados e são utilizados também para a nutrição das plantas, impactando positivamente a produção agropecuária.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA