CASO DE POLÍCIA
Búfalas de Brotas: fazendeiro acusado de maus-tratos é preso no litoral de SP; veja vídeo
Ele vinha sendo considerado foragido da Justiça desde o último mês; animais passaram por diversos períodos sem alimentação, segundo laudo
A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (27) o fazendeiro Luiz Pinheiro de Souza, acusado de maus-tratos a mais de mil búfalas em Brotas (SP). Ele foi preso na cidade litorânea paulista de São Vicente, ao sair de um supermercado, carregando compras (veja o vídeo da abordagem policial).
Desde que o caso das ‘búfalas de Brotas’ ganhou destaque, em novembro do ano passado, o dono da fazenda Água Sumida, Luiz Pinheiro de Souza, não assumiu a responsabilidade pela condição dos animais. Ele chegou a ser preso ainda em novembro, mas foi solto após pagamento de fiança. Depois da conclusão do laudo, a polícia de Brotas emitiu novo mandado de prisão em dezembro e, desde então, ele vinha sendo considerado foragido da Justiça.
Neste mês, um laudo da Universidade de São Paulo, elaborado em conjunto com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), confirmou a suspeita da polícia de que os animais da propriedade foram vítimas de maus-tratos.
“Encontramos no casco das búfalas linhas de estresse que indicam três períodos no período de um ano, onde elas ficaram com acesso restrito a água e comida. O dono alegou que a estiagem na região impediu a oferta de alimento para o rebanho, mas a seca não foi severa. Tanto é verdade que os animais na propriedade vizinha apresentaram boas condições”, afirmou a perita técnica ambiental responsável pelo laudo, Erika de Sousa.
Além do bem-estar dos animais, o laudo técnico apontou irregularidades ambientais na propriedade, como valas que eram utilizadas para o descarte de búfalas mortas, mas que estavam próximas a nascentes. Ainda segundo o laudo, uma espécie de ‘cemitério’ a céu aberto foi encontrado no local, com 11 animais mortos. Apesar da experiência com a análise de maus-tratos em animais, a falta de trato com as búfalas chamou a atenção da perita.
“A forma como os animais foram deixados era cruel. A fazenda tinha animais com escore corporal muito baixo, e mesmo assim, o dono fazia elas ficarem prenhas. Nós encontramos vacas com bezerros mortos devido à condição frágil dos animais”, diz Érika Sousa.