Dieta Maragogipe coloca bois em 24@ antes dos 14 meses
Nutrição com milho, silagem e DDG acelera engorda, reduz custo por arroba e impressiona pelo padrão de carcaça

Foto: Gisele Rosso | Embrapa Divulgação
A Agropecuária Maragogipe, localizada em Goiás, revelou um protocolo de alimentação capaz de levar bovinos de cruzamento industrial a 24 arrobas com apenas 13 a 14 meses de idade. Os detalhes foram apresentados por Lucas Marques (diretor de operações) e João Paulo Sanches (supervisor de confinamento) em entrevista ao programa Giro do Boi, do Canal Rural. A combinação entre nutrição de precisão, seleção genética Angus e manejo consistente vem se tornando referência para quem busca reduzir o ciclo de engorda sem abrir mão da rentabilidade.
Como começa: creep-feeding já de olho no cocho
Ainda ao lado da vaca, os bezerros recebem creep-feeding que estimula o rúmen e prepara o animal para o confinamento. Após a desmama — com 409 kg (machos) e 376 kg (fêmeas) de peso médio — o lote já entra direto na fase de adaptação 2, queimando uma das etapas comuns em sistemas intensivos tradicionais.
Fórmula do cocho: silagem + milho + DDG
A dieta diária é composta basicamente por:
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Silagem de milho
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Milho moído
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DDG (grão seco de destilaria)
Esse blend garante alta energia, fibra efetiva e proteína degradável, resultando em ganho de carcaça superior com menor consumo de matéria seca.“Quando manejo, genética e comida trabalham juntos, o desempenho explode. Não é milagre: é protocolo bem feito”, ressalta João Paulo Sanches.
Economia que cabe na planilha
Os “superprecoces” da Maragogipe consomem cerca de 10 kg a menos de matéria seca por arroba do que o gado comercial padrão. A conta fecha num ganho de R$ 80 a R$ 100 por arroba apenas pela conversão alimentar — diferença que impacta diretamente a margem do confinamento.
Abate padronizado e precoce
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Idade: 13 a 14 meses
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Peso de carcaça: 23 a 24 @
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Raça base: cruzamento industrial com touros Angus de DEPs voltadas a ganho de peso e acabamento
“Os lotes chegam ao frigorífico com biotipo idêntico e carcaça uniforme”, destaca Lucas Marques.
Sustentabilidade: integração lavoura-pecuária fecha o ciclo
Além dos números no cocho, a fazenda aposta na integração lavoura-pecuária. A rotação das culturas melhora o solo, reduz custo de insumos e fornece forragem de qualidade, reforçando o selo ambiental do sistema.“Solo bem cuidado, planta forte, boi eficiente: é assim que a cadeia toda ganha”, completa Lucas.
Confira o vídeo completo no youtube do Giro do Boi.