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Bahia acelera no gado de corte: 60% dos abates já são de animais jovens

Estado se destaca no Nordeste com confinamento forte, rastreabilidade total e integração entre indústria e pequenos produtores

Por Cleide Assis
03 de julho de 2025 às 17h15
Bovinos meio-sangue Angus em área de curral. Foto: Divulgação/Friboi Itapetinga (BA)

Bovinos meio-sangue Angus em área de curral. Foto: Divulgação | Friboi Itapetinga (BA)

A pecuária baiana vive um novo momento. Com investimentos em genética, nutrição e bem-estar animal, o estado já tem 60% dos abates concentrados em animais jovens, um indicativo claro da evolução no manejo e no uso de tecnologia nas propriedades.

Frigorífico de Itapetinga lidera abate de jovens

Durante o programa Giro do Boi, do Canal Rural o diretor da Captar Agrobusiness, José Roberto Bischofe Filho, e o gerente da Friboi na Bahia, Ivon de Almeida, destacaram que mais da metade do gado abatido na planta da Friboi em Itapetinga é jovem. Isso resulta em carcaças bem acabadas e carne mais macia, prontas para mercados exigentes — inclusive o internacional.

Confinamento cresce e movimenta o agro no Oeste

Localizada em Luís Eduardo Magalhães, a Captar Agrobusiness é o maior confinamento do Nordeste, com capacidade estática para 65 mil animais. A empresa realiza até 2,5 giros ao ano e projeta abater 130 mil bovinos em 2024, com meta de atingir 200 mil.

A produção atende dois destinos:

  • Mercado interno: abastecimento da Friboi em Itapetinga;

  • Exportação: envio de animais para outras unidades, como Itaberaí (MG).

Além disso, 100% dos animais são rastreados, uma prática que será obrigatória no país até 2032.

Parceria com pequenos pecuaristas

Mesmo com o crescimento das grandes estruturas, a Bahia ainda tem mais de 90% das fazendas com até 100 cabeças, segundo a Secretaria de Defesa Agropecuária. A integração com projetos como o Pecuarista Transparente (PPT) tem permitido que esses produtores acessem melhores mercados e aprimorem seus resultados.

Integração lavoura-pecuária acelera produtividade

O Oeste baiano também tem apostado forte na integração entre lavoura e pecuária, com 330 mil hectares irrigados. Essa combinação acelera o ganho de peso dos animais e reduz o tempo de abate.

A chegada de indústrias para processar grãos e produzir insumos como o DDG tem impulsionado a pecuária intensiva e atraído investimentos para a região.

Rumo a 2030 com expansão e tecnologia

O plano da Captar é ousado: dobrar sua capacidade de confinamento até 2030, adotando um modelo integrado nos moldes norte-americanos — conectando produção, transporte e abate.

Segundo os especialistas, a colaboração entre campo e indústria, o foco em rastreabilidade e o apoio aos pequenos produtores são os pilares para consolidar a Bahia como potência da pecuária nacional.