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SAÚDE MAMÁRIA

Secagem de vacas leiteiras: como o manejo influencia a produção futura

Conheça os métodos de secagem, os riscos da mastite e as inovações que favorecem o bem-estar e a próxima lactação

Por Cássia Carolina
04 de agosto de 2025 às 11h17
Secagem de vacas leiteiras como o manejo influencia a produção futura

FOTO: Divulgação l Ceva Saúde Animal

Mais do que uma pausa na produção, a secagem de vacas leiteiras é uma fase estratégica para a saúde do úbere e o sucesso da próxima lactação. Quando bem conduzida, essa etapa fisiológica promove a regeneração da glândula mamária, reduz o risco de infecções como a mastite e favorece o bem-estar animal.

Segundo Marcos Malacco, médico-veterinário e gerente de serviços veterinários da Ceva Saúde Animal, a secagem de vacas leiteiras deve ser tratada com atenção técnica, pois influencia diretamente a sanidade e a produtividade do rebanho.

Por que a secagem é tão importante?

Durante a lactação, a glândula mamária está mais exposta a lesões e infecções. O período seco permite a recuperação dos tecidos e a eliminação de patógenos ativosm desde que a secagem seja realizada corretamente. Além disso, é nesse momento que se forma o tampão de queratina no canal do teto, agindo como barreira natural contra microrganismos.

Porém, a pressão interna do úbere causada pela produção de leite e a ausência de ordenha pode gerar desconforto e abrir caminho para contaminações, caso o manejo não seja adequado.

Métodos de secagem: gradual ou abrupta?

Existem dois métodos principais:

  • Secagem gradual: envolve redução de ordenhas e ajustes na alimentação. No entanto, essas mudanças podem causar estresse e afetar a imunidade da vaca.

  • Secagem abrupta: consiste na interrupção imediata da ordenha no dia definido para o início do período seco. É cada vez mais utilizada por permitir o aproveitamento máximo do potencial produtivo e menor estresse.

Como a prolactina interfere no processo?

A prolactina é o hormônio responsável pela produção de leite. Para uma secagem eficiente, é fundamental reduzir seus níveis no organismo da vaca. A queda da prolactina favorece a diminuição da pressão no úbere, auxilia na formação do tampão de queratina e previne vazamentos e infecções.

Tecnologia e bem-estar: a secagem inteligente

Soluções farmacológicas como a Cabergolina, princípio ativo do produto Velactis®, têm sido aliadas para uma secagem mais eficiente e confortável. Aplicado em dose única no momento da última ordenha, o produto reduz a produção de leite e melhora o bem-estar da vaca no período seco.

Esse conceito de Secagem Inteligente permite manter o conforto do animal, reduzir a ocorrência de mastite, evitar mudanças no manejo e aumentar a produção na lactação seguinte.

“A vaca é um animal metódico. Minimizar o estresse nessa fase ajuda a preservar sua saúde imunológica e garante uma transição mais segura para o próximo ciclo produtivo”, conclui Malacco.