SAÚDE DO REBANHO
Risco de mastite cresce com as chuvas e exige manejo mais rigoroso nas fazendas leiteiras
Período chuvoso favorece bactérias no ambiente e aumenta o risco de mastite ambiental; prevenção e manejo são essenciais para manter a produtividade

FOTO: Biogénesis Bagó l Divulgação
As chuvas que encerram o período seco trazem alívio aos pastos, mas também um alerta aos produtores de leite: o aumento da umidade e o acúmulo de matéria orgânica nos locais onde os animais convivem e transitam favorecem o surgimento da mastite ambiental, uma das principais causas de queda na produção e de perdas econômicas nas fazendas brasileiras.
Segundo o médico-veterinário e gerente de Produtos & Trade da Biogénesis Bagó, João Paulo Lollato, a infecção afeta diretamente o volume e a qualidade do leite, gerando prejuízos significativos ao produtor. De acordo com estudo da Universidade Estadual do Norte do Paraná, as perdas associadas à mastite somam até 1,75 bilhão de litros de leite por ano no país.
A mastite ambiental é provocada por bactérias presentes no ambiente, como Escherichia coli e Klebsiella, que se multiplicam rapidamente em camas úmidas e mal manejadas. “Durante a estação chuvosa, a carga bacteriana aumenta muito, elevando o risco de infecção. O controle passa por uma combinação de boas práticas de manejo, higiene e imunização preventiva”, explica Lollato.
Boas práticas fazem diferença no controle
O controle começa no manejo diário. Manter as camas limpas e secas, higienizar corretamente os tetos e equipamentos de ordenha e alimentar as vacas logo após o processo, para evitar que se deitem enquanto o esfíncter do teto está aberto, são medidas simples e eficazes.
“O produtor precisa entender que o manejo sanitário é uma ferramenta de produtividade, não um custo. Investir em prevenção é mais eficiente e sustentável do que lidar com perdas recorrentes”, reforça o médico-veterinário.
Vacinação e suplementação reforçam a imunidade
A imunização preventiva também tem papel fundamental no controle do risco de mastite. A vacinação com o antígeno E. coli J5, como a Rotatec® J5, pode reduzir em até 45% os casos da doença e aumentar em 7% a produção de leite em rebanhos vacinados.
Além disso, a suplementação com vitaminas e minerais contribui para fortalecer a resposta imunológica natural das vacas, especialmente em períodos de estresse térmico, mudanças climáticas e transição para o parto.
A combinação entre vacinação, nutrição e manejo adequado ajuda a manter o rebanho mais saudável, produtivo e resistente às infecções.
A mastite tende a ocorrer com maior frequência no início da lactação e em rebanhos com condições de higiene comprometidas. Quando o controle é negligenciado, o problema pode se tornar crônico e reduzir a longevidade das vacas. “O período chuvoso exige atenção redobrada. Mastite controlada é sinônimo de leite de qualidade e rebanho produtivo”, conclui Lollato.



