PESQUISA NO CAMPO
Mais dinheiro para pesquisa: orçamento da Embrapa é recomposto e reforça a pecuária em 2026
Aprovação do orçamento no Congresso garante mais recursos para pesquisa, inovação e tecnologias aplicadas à produção pecuária

FOTO: Reprodução l Embrapa
O orçamento da Embrapa para 2026 foi recomposto e aprovado pelo Congresso Nacional na noite de sexta-feira (19), trazendo uma sinalização positiva para quem vive da pecuária. A medida integra o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA/2026), que agora segue para sanção presidencial.
Ao todo, o orçamento aprovado para a Embrapa soma R$ 4,84 bilhões, valor 3,8% superior ao da Lei Orçamentária Anual de 2025. O destaque fica para os recursos destinados à pesquisa e inovação agropecuária, base das tecnologias que chegam ao campo e ajudam o pecuarista a produzir mais, com eficiência e sustentabilidade.
Para o Programa de Pesquisa e Inovação Agropecuária (Programa 2303), estão previstos R$ 602,5 milhões em 2026. Desse montante, R$ 410 milhões serão aplicados diretamente em custeio e investimentos na pesquisa agropecuária, incluindo manutenção de laboratórios, equipamentos, estrutura física e financiamento de projetos científicos.
Inicialmente, a proposta enviada pelo Poder Executivo previa R$ 497,8 milhões para o programa. Com as alterações feitas pelo Congresso Nacional, o valor final representa um aumento de 26,7%, reforçando o papel estratégico da Embrapa para o agronegócio e, especialmente, para a pecuária brasileira.
Segundo a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, a aprovação do orçamento reconhece a importância da pesquisa para o setor produtivo. “A aprovação do orçamento que o Governo Federal vai destinar para a Embrapa em 2026 representa um reconhecimento concreto da importância estratégica da pesquisa e da inovação agropecuária, garantindo condições para ampliarmos entregas à sociedade e ao setor produtivo”, afirma.
Orçamento mais robusto significa tecnologia no campo
O reforço no orçamento da Embrapa impacta diretamente os recursos discricionários da empresa, fundamentais para o funcionamento das unidades de pesquisa espalhadas pelo país. Esses recursos haviam sofrido forte queda ao longo da última década, saindo de R$ 816 milhões em 2014 para R$ 191 milhões em 2020.
A retomada começou em 2023 e ganha força agora. Em 2025, o orçamento discricionário chegou a R$ 335 milhões e, para 2026, está previsto o montante de R$ 410 milhões, garantindo melhores condições para o avanço da pesquisa agropecuária.
Para a diretora de Administração da Embrapa, Tereza Cristina de Oliveira, a decisão do Congresso foi determinante. “Os recursos adicionais estavam originalmente destinados a outras programações, mas foram realocados em favor da pesquisa agropecuária, evidenciando o reconhecimento institucional da Embrapa”, destaca.
Mais pesquisa, mais produtividade na pecuária
Desde 2023, a Diretoria-Executiva da Embrapa intensificou o diálogo com parlamentares e com o Ministério da Agricultura e Pecuária, liderado por Carlos Fávaro, buscando reverter o cenário de restrição orçamentária. Um dos resultados desse trabalho foi a inclusão da empresa no Novo PAC, garantindo investimentos em infraestrutura, como laboratórios e prédios de pesquisa.
Com mais recursos, a Embrapa fortalece sua capacidade de gerar soluções para a pecuária, como melhorias em genética animal, manejo de pastagens, nutrição, sanidade e sistemas produtivos mais sustentáveis. Além disso, a empresa retomou as chamadas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I).
Após um ano praticamente sem editais em 2024, foram anunciadas mais de 20 chamadas em 2025, reflexo direto da ampliação do orçamento. A expectativa é de continuidade desse movimento em 2026.
“O orçamento é decisivo para a Empresa recuperar sua atuação plena e garantir a continuidade dos projetos”, reforça Silvia Massruhá. Para o pecuarista, isso significa mais ciência aplicada, mais tecnologia no campo e mais competitividade na atividade.



