Por que têm muitos pecuaristas gastando além do necessário para engordar o boi?
Confira os detalhes na entrevista com o doutor em zootecnia Gustavo Rezende Siqueira, do Polo Regional de Alta Mogiana da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)
Por Fábio Moitinho/Giro do Boi
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Já imaginou gastar 250 quilos de dieta por apenas 1 arroba no gado? No universo pecuário, a eficiência alimentar e o manejo nutricional adequado são fundamentais para a obtenção de carcaças de qualidade. Uma dieta de terminação mal dimensionada, rica em energia e com tempo de permanência excedente no cocho, pode resultar em animais obesos, com excessiva cobertura de gordura. Assista ao vídeo abaixo e confira este alerta.
Este cenário, além de aumentar consideravelmente os custos para o produtor, gera prejuízos significativos para a indústria frigorífica, que acaba não aproveitando os cortes da melhor maneira.
A APTA está vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Siqueira enfatiza que a reincidência de casos de obesidade no gado está diretamente ligada a uma dieta de terminação inadequada e aponta para a necessidade de ajustes tanto na recria quanto no tempo de confinamento.
Solucionando o problema de gordura em excesso no gado
De acordo com Siqueira, a solução para o problema de excesso de gordura em gado passa necessariamente pela adequação do manejo alimentar.
Diminuir o tempo de permanência no cocho e investir em uma recria intensiva em pasto pode ser mais vantajoso.
“Provavelmente nessa fase final aí ele tá gastando mais de 250 quilos de dieta para colocar uma arroba então é extremamente inviável pro produtor. Então ele está gastando mais de 250 quilos de matéria seca para por 1 arroba no gado. Pensa o custo de sua dieta e veja se isso se paga”, orienta Gustavo Rezende Siqueira.
É fundamental que os produtores tenham em mente que o custo de adicionar uma arroba ao peso do gado pode superar os 250 quilos de dieta, um valor exorbitante que não se justifica economicamente.
Ferramentas e estratégias para o manejo adequado
Siqueira sugere o uso de ferramentas como a ultrassonografia no início do confinamento para prever o tempo ótimo de engorda dos animais e evitar a obesidade.
Além disso, é vital que os produtores estejam atentos às informações detalhadas dos romaneios de abate, observando não somente o peso e rendimento, mas também o percentual de animais em cada nível de acabamento.
Impacto econômico e na indústria frigorífica
O impacto econômico de uma dieta inadequada vai além do custo direto com a alimentação; afeta a lucratividade do produtor e gera prejuízos para a indústria devido ao desperdício potencial de cortes de carne.
A indústria frigorífica enfrenta desafios ao processar animais com excesso de gordura, o que, por sua vez, reflete sobre o consumidor final, que pode ter acesso limitado à carne de qualidade.
Busca pela eficiência e sustentabilidade na produção pecuária
A entrevista com o Dr. Gustavo Rezende Siqueira traz à tona uma discussão relevante sobre a eficiência e sustentabilidade na produção pecuária.
O manejo nutricional do gado não só influencia a saúde e bem-estar animal, mas também determina a viabilidade econômica do setor e a qualidade do produto final disponível ao consumidor.
Portanto, a precisão nas estratégias de alimentação e a busca por soluções tecnológicas, como a ultrassonografia, apontam o caminho para superar desafios e maximizar os resultados na pecuária de corte.
O pesquisador destacou ainda dois eventos importantes para o melhor desenvolvimento da pecuária: o primeiro o Beef Day e o Configem. Acesse os links e participe.