A inseminação artificial: tecnologia essencial para a evolução da pecuária brasileira

Inseminação artificial é chave para o avanço da pecuária no Brasil. Descubra como a tecnologia, a digitalização e a conscientização podem transformar o setor

Por Carla Silva
02 de janeiro de 2025 às 09h00

A inseminação artificial (IA) vem se consolidando como uma ferramenta indispensável para o avanço da pecuária no Brasil, mas ainda enfrenta barreiras significativas relacionadas à falta de informação entre os pecuaristas. Lilian, executiva da ASBIA (Associação Brasileira de Inseminação Artificial), trouxe uma análise detalhada sobre o tema durante uma entrevista ao programa “Pecuar Prosa”.

Desafios e conscientização no uso da IA

Segundo Lilian, o principal obstáculo para a adoção da inseminação artificial no país é a baixa disseminação de informações entre os criadores. Apesar de ser uma tecnologia acessível e com alto retorno sobre o investimento, muitos pecuaristas, independente do porte de suas operações, não têm conhecimento suficiente sobre os benefícios.

“A inseminação artificial é uma das tecnologias mais baratas e com maior impacto na pecuária. Um exemplo prático é a melhoria no ganho de peso do animal, que pode aumentar em uma arroba apenas com a escolha de um sêmen de qualidade”, destacou.

Para superar essa barreira, a executiva defende a união entre empresas do setor, associações e o governo. A conscientização deve incluir desde os pequenos até os grandes criadores, mostrando que a IA é simples, segura e econômica, além de ser um investimento com retorno garantido.

A era da digitalização e dados no campo

Lilian também enfatizou como a digitalização e o uso de dados têm transformado a pecuária, especialmente no segmento leiteiro. Tecnologias como monitoramento individual de produção e eficiência alimentar já permitem aos produtores reduzir custos e aumentar a produtividade.

“O uso de inteligência artificial nos auxilia a processar os dados de maneira mais eficiente, oferecendo insights para melhorar a gestão e aumentar a competitividade do setor. No médio prazo, o mercado vai exigir essa tecnificação de todos os criadores”, apontou.

Tendências globais e a democratização da genética de alta performance

Entre as principais tendências globais na inseminação artificial, destaca-se a aplicação de inteligência artificial para uma seleção genética mais precisa e eficiente. Além disso, tecnologias como ultrassonografia de carcaça e índices de eficiência alimentar estão ganhando espaço, tornando o processo ainda mais acessível.

Lilian reforçou que o Brasil está à frente em termos de dados sobre genética bovina e deve aproveitar essa vantagem para se posicionar como líder mundial no setor.

O papel da informação e das iniciativas sociais

A executiva fez um apelo para que todos os agentes do setor agropecuário trabalhem juntos na disseminação de informações sobre as vantagens da IA. Além disso, mencionou que há incentivos governamentais, muitas vezes desconhecidos pelos produtores, que podem subsidiar tecnologias como inseminação artificial, transferência de embriões e ultrassonografia.

“Levar conhecimento aos nossos criadores não é apenas uma obrigação das associações, mas uma missão social. Muitos não sabem que têm acesso a incentivos governamentais e acabam perdendo oportunidades de melhorar sua produção”, concluiu.

A inseminação artificial representa uma revolução silenciosa na pecuária brasileira, oferecendo ganhos significativos em produtividade e eficiência. Contudo, o caminho para a ampla adoção dessa tecnologia depende de esforços coordenados para superar a barreira da desinformação.

O futuro da pecuária está nas mãos de quem abraça a inovação. Como bem destacou Lilian: “Ou o criador acompanha a evolução ou o mercado vai escolher por ele”