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John Deere e Claro criam serviço de conectividade rural a R$ 20 por hectare/ano

Em iniciativa inédita no mercado brasileiro, Campo Conectado traz investimentos em infraestrutura de telecomunicações para agricultura 5.0, necessária para a tomada de decisões em tempo real

Por Fábio Santos, de São Paulo

A Claro e a John Deere anunciam colaboração para levar efetivamente a agricultura 5.0 ao campo brasileiro, a partir de modelo inédito no qual o produtor não precisa fazer investimentos próprios em infraestrutura de telecomunicações. Estes investimentos serão feitos pela Claro, por meio da instalação de novas antenas em áreas rurais brasileiras.

Foto: John Deere/divulgação

Esta solução, chamada Campo Conectado, permite a geração, o cruzamento e o tratamento de dados por meio de análise em tempo real (analytics), autoaprendizado das máquinas (machine learning) e da inteligência artificial para a tomada de decisões em tempo real. Com a cobertura no campo, as operações ficam mais inteligentes, aumentando a eficiência, melhorando a competitividade e a sustentabilidade da produção, além de abrir portas para outros usos, como telemedicina e educação à distância.

“As torres, estações, conexões são investimentos que Claro já tem aprovado e esperam apenas que digamos onde serão colocadas. Os agricultores que querem ter a conectividade poderão acessar por um custo de R$ 20 por hectare a cada ano, como se fosse uma assinatura. A partir daí, ele pode se conectar quantas máquinas quiser, basta que as máquinas tenham o modem, como as que forma produzidas pela John Deere a partir de 2015, mas mesmo as que não têm, já estamos preparando um kit conectividade para a instalação”, disse Paulo Herrmann, presidente da John Deere Brasil.

“A conectividade é um dos principais desafios no interior do Brasil e nós estamos assumindo o compromisso de impulsionar a cobertura do sinal no campo, o que significa um aumento de alcance para mais 15 milhões de hectares produtivos em áreas rurais”, diz José Felix, presidente da Claro. Hoje em dia, a operadora já tem mais de 85 milhões de hectares cobertos no território nacional.

Os concessionários John Deere de todo o Brasil vão receber a demanda para acionar a Claro e estabelecer os pontos que são economicamente viável para a instalação de antenas e pontos de conexão. “Entramos em uma nova etapa dessa revolução. É a etapa da transformação digital que deve promover o crescimento sustentável e exponencial da atividade, abrindo novas perspectivas para o desenvolvimento do Brasil. A Claro Smart Agro fez com que a Claro virasse um agente relevante para a transformação digital no campo. Com o Campo Conectado, o produtor poderá solicitar a instalação de estrutura de internet sem investimento inicial, contratando apenas o serviço de hectare conectado”, explicou Felix.

Internet das Coisas

A Claro informou que o serviço trará inovações para a Agricultura Digital e Silos Conectados. Nessas soluções, dados relevantes como umidade do solo e do ar, temperatura, índices de NDVI (Normalized Difference Vegetation Index – que fornecem informações sobre a saúde da vegetação, evapotranspiração das plantas) e informações meteorológicas são coletados por meio de sensores conectados à rede celular. Esses dados são tratados com o uso de análise de dados e fornecem informações importantes para o gerenciamento das atividades agrícolas, possibilitando o diagnóstico para medidas corretas sobre irrigação, pulverização e até para controle e manutenção da qualidade do grão armazenado.

Foto: Divulgação

“O Campo Conectado tem um padrão de conectividade desenvolvido para permitir maior expansão de sinal por antena. Os dados trafegam de forma otimizada, possibilitando o amplo alcance de sinal, com maior largura de banda, menor latência (tempo necessário para que um pacote de dados passe de um ponto para o outro) e economia de energia”, disse comunicado da empresa enviado para jornalistas.

Com o Campo Conectado e o gerenciamento das propriedades em tempo real, são previstos menores gastos em sementes, utilização mais racional de fertilizantes e defensivos agrícolas, diminuição de uso de combustível fóssil, redução de perdas agrícolas e aumento da rastreabilidade na cadeia alimentar.

“A tecnologia 4.0 é gestão dos dados e coleta das informações, já a tecnologia 5.0 é a que utiliza a informação em tempo real. Por exemplo, um plantio onde deveria ter 5 sementes por metro, mas está plantando apenas 4. Na tecnologia 4.0 a gente saberia que ocorreu, mas depois do plantio, no entanto, na 5.o é possível corrigir essa informação e aumentar a produtividade, melhorando o uso de insumos”, disse o diretor de vendas da John Deere, Rodrigo Bonato.

A operacionalização e aplicação dos serviços será feito pela Rede de Concessionários John Deere em colaboração com a empresa SOL Intermediação de Negócios e Gestão de Ativos. “Nosso papel é apoiar a Rede de Concessionários John Deere no entendimento das necessidades dos clientes e apresentar a eles as soluções mais adequadas dentro do portfólio de conectividade oferecido pela Claro, a fim de melhorar a produtividade”, destaca Rodrigo Oliveira, CEO da Sol.

Segundo as empresas, a partir de 5 de janeiro os representantes das concessionárias John Deere estarão aptos a orientar e solicitar o serviço de conectividade para qualquer parte do Brasil. E, apesar da parceria, a internet disponível poderá ser utilizada em qualquer máquina que tenha tecnologia embarcada.

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