Segundo Ribeiro, a suspensão do embargo é completa. O único critério de corte é o Certificado Sanitário Internacional (CSI).
Lotes de carne bovina com o CSI emitidos entre dia 4 de setembro e 14 de dezembro, não serão aceitos. “Se uma carne tiver sido produzida na semana passada e certificada hoje, por exemplo, está liberada. A data de corte é a certificação, o CSI”, disse.
O protocolo sanitário, que consta no acordo comercial entre os dois países, prevê a normalidade das negociações após investigação dos casos por um laboratório internacional, como foi feito pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) no Canadá.
Mercado
Até setembro deste ano, o gigante asiático foi responsável por comprar 56% da carne bovina brasileira exportada. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), o volume de exportações de carne bovina brasileira caiu 43% no mês de outubro quando comparado ao mesmo período de 2020.
De acordo com informações apuradas pela Reuters, nesta quarta-feira, Pequim retomou as importações de carne bovina desossada brasileira de gado com menos de 30 meses. As importações de carne bovina da China aumentaram nos últimos anos, alimentadas pela crescente demanda por carne de uma classe média cada vez mais abastada.
Em novembro, as exportações totais de carne bovina – produto in natura e processado – somaram 105.200 toneladas, totalizando US $ 501 milhões. No mesmo período do ano passado, o Brasil exportou 197.852 toneladas. A queda na receita foi de 41%.
Em 2020, de janeiro a novembro, o total movimentado foi de 1, 848 milhão de toneladas, enquanto neste ano foram embarcadas 1,716 milhão de toneladas. Em receita, o volume aumentou 10% no período, aproximadamente US$ 8,5 bilhões.
China
Em novembro, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que esperava o fim do embargo no mês de dezembro.
Ainda em novembro, o país asiático aceitou os pedidos de importação da carne bovina brasileira que já tinham obtido os certificados sanitários necessários antes de 4 de setembro. A decisão permitiu que parte da carga retida em portos chineses devido à suspeita, já descartada, de contaminação do produto fosse liberada pela alfândega.
“[A decisão chinesa é fruto de] um processo técnico que caminhou passo a passo”, disse Tereza Cristina, na oportunidade, ao admitir que as negociações demoraram mais que ela esperava inicialmente.
Desde setembro, os governos dos dois países estão em negociações para resolver o assunto.