APÓS FIM DO EMBARGO

‘China seguirá demandando carne bovina do Brasil nos próximos anos’

Segundo analista de mercado, ainda há uma lacuna deixada pelo déficit na produção de carne suína no país asiático

Por Canal Rural
24 de dezembro de 2021 às 15h01

O ano de 2021 foi agitado para o mercado do boi gordo. Se por um lado as exportações de carne bovina tiveram um bom desempenho em 2021, o pecuarista teve que lidar com alguns desafios, como o encarecimento dos custos de produção e a proibição dos embarques para a China, principal importador, após dois casos atípicos do ‘mal da vaca louca’.

Segundo o analista de mercado Hyberville Neto, havia uma dúvida de como o mercado reagiria este ano após três temperadas de alta na arroba do boi gordo e forte demanda da China.

“O mercado iniciou 2021 com força, preços mais altos e veio firme até o segundo semestre até a detecção dos casos do ‘mal da vaca louca’. Com a proibição das vendas para a China vimos a arroba passar de R$ 320 para 250 R$, cenário que foi corroborado com a redução dos animais no confinamento”, destaca o analista.

Após o fim do embargo chinês, Neto diz que o Brasil deve estar pronto para atender a demanda chinesa, que vai seguir forte para o ano que vem. “Nós podemos ter perdido a janela ideal de exportação, mas ainda há uma lacuna deixada pelo déficit na produção de carne suína e o Brasil deve aproveitar e mandar o máximo de carne bovina para aquele mercado. Talvez em menores níveis, mas a demanda pelas três principais proteínas seguirá elevada nos próximos anos”, reforça.