O investimento em parcerias com o agronegócio para iniciativas no mercado de carbono é uma das novas frentes de atuação da climate tech brCarbon. São ações que contemplam a agricultura e a pecuária de forma direta. Na agricultura, a adoção de boas práticas é uma alternativa para a redução do carbono atmosférico, como o manejo de lavouras, rotação de culturas, cultivo associado e uso de bioinsumos, de forma a aumentar a fertilidade e o carbono do solo e reduzir o uso de fertilizantes, o que reduz as emissões de gases do efeito estufa no processo de produção. Mas a principal novidade vem na pecuária, com a identificação de um projeto piloto para reduzir a emissão de gases do efeito estufa na criação de bovinos.
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A fermentação ruminal, processo natural de digestão nos bovinos, gera emissão de grandes quantidades de metano na atmosfera, um dos gases responsáveis pelo efeito estufa. Além do manejo de pastagens, a estratégia da brCarbon consiste em fornecer um aditivo a ser ingerido pelo animal, que faz com que ele emita menos metano no processo de ruminação. O aditivo reduz a formação de metano, o qual é formado pela microbiota ruminal, durante o processo de degradação do alimento. Ou seja, na prática, vai diminuir o arroto do gado. “Depende da raça do animal e do aditivo, mas o potencial de redução fica entre 30% a 40%”, afirma o CEO da brCarbon, Bruno Matta. E o proprietário desse animal poderá acessar recursos financeiros via crédito de carbono.
Como a iniciativa contempla tanto gado de corte, como leiteiro, o potencial do mercado é gigante. As emissões brutas brasileiras de gases do efeito estufa aumentaram 12% em 2021 em relação a 2020, colocando o Brasil como top 5 emissor global. A agropecuária responde por 25% das emissões totais — notadamente relacionadas à fermentação ruminal na pecuária (64%). Os dados são do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório do Clima.