VÍRUS

Doença já conhecida na Europa mata cavalos e preocupa criadores

Aqui no Brasil cavalos estão sendo vacinados contra o patógeno EHV-1

Por Janaína Barros

Em fevereiro deste ano, criadores de cavalos durante uma competição internacional em Valência, na Espanha, foram surpreendidos com um surto viral e dezenas de cavalos e éguas ficaram infectados.

Foto: Ana Velloso Álvarez

De acordo com uma reportagem realizada pela revista Science, depois do evento, pelo menos 17 equinos morreram, algumas fêmeas abortaram e animais passaram por cirurgias para reparar danos em seus órgãos internos.

Infelizmente mais de 600 animais que participavam da prova foram expostos ao vírus conhecido como herpesvírus equino tipo 1 (EHV-1, sigla em inglês). Todos eles já tinham retornado para os países de origem sem saber da doença.

Sem outra alternativa, a FEI, que supervisiona as competições internacionais, cancelou todos os eventos europeus, inclusive a Copa do Mundo, até meados de abril. Já os criadores estão tentando vacinar os cavalos e isolar os animais contaminados.

Geralmente, menos de 15% dos equinos infectados pelo EHV-1 apresentam sintomas neurológicos. Porém, cerca de 40% dos cavalos que adoeceram em Valência apresentaram esses sintomas.

Foi descoberto no mundo pelo menos 14 espécies de herpesvírus que atingem cavalos. O tipo 1 (EHV-1) e o tipo 4 (EHV-4) são os mais comuns. Eles causam abortamentos, mortalidade neonatal, doenças respiratórias e manifestações neurológicas em cavalos.

No Brasil, o primeiro relato de infecção por EHV-1 ocorreu em 1966 a partir de um feto abortado. Já o primeiro caso de isolamento de um cavalo com doença neurológica é mais recente, ocorreu em 2005.

Diante do surto na Europa, criadores brasileiros também ficaram alertas. A Sociedade Hípica Paulista decidiu vacinar todos os cavalos que estavam nos estábulos da entidade na semana passada.

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