EXPORTAÇÕES

EUA retiram tarifa e reacendem a competitividade da carne bovina brasileira

Retirada da sobretaxa de 40% deve impulsionar embarques e fortalecer a competitividade do Brasil no maior mercado de carne bovina do mundo

Por Cássia Carolina

A decisão dos Estados Unidos de zerar a tarifa adicional de 40% sobre a carne bovina brasileira reacende as oportunidades de expansão dos embarques. A medida, anunciada no dia 20 de novembro, coloca o Brasil novamente entre os fornecedores mais competitivos para o mercado norte-americano, mesmo com a manutenção das cotas TRQ.

EUA retiram tarifa e reacendem a competitividade da carne bovina brasileira

FOTO: Ricardo Stuckert l PR

Nos últimos meses, o setor já vinha enfrentando o desafio da sobretaxa, mas, ainda assim, o país registrou volumes expressivos. Com o fim da cobrança, a tendência é de avanço ainda mais rápido.

Segundo dados da DATAGRO, na prática, os cortes brasileiros internalizados nos EUA retornam ao patamar de 14% a 18% mais baratos que os preços praticados no atacado local. Isso fortalece a atratividade da proteína nacional e abre espaço para recuperar margens, tornando o mercado ainda mais relevante para a bovinocultura brasileira.

Beef trimmings ganham força na comparação com Austrália e mercado interno dos EUA

Mesmo diante da força australiana, os preços do Brasil voltam a ser mais competitivos:

Esse cenário reforça a vantagem do pecuarista brasileiro no fornecimento de matéria-prima para a indústria americana de hambúrgueres e processados, que depende fortemente desse tipo de corte.

Embora a arroba brasileira em dólares esteja ao redor de US$ 60/@, especialistas avaliam que é improvável que os preços ultrapassem os níveis pagos no mercado interno americano ou australiano. Isso porque a arroba também subiu de forma mais intensa nesses dois países, preservando a diferença competitiva a favor do Brasil.

Expectativa é de embarques acelerados e cota TRQ preenchida rapidamente

Com tarifas zeradas, cresce a expectativa de que o Brasil volte a ampliar, de forma consistente, os embarques de carne bovina brasileira aos EUA. A previsão é de que a cota TRQ de 2026 seja preenchida em tempo recorde, especialmente devido aos preços ainda elevados no maior mercado consumidor do mundo.

Mesmo com a sobretaxa, o Brasil enviou mais de 10 mil toneladas em outubro, sinalizando força operacional e demanda sólida. Sem o peso das tarifas, o setor espera um salto ainda maior no fluxo de exportações.

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