PREVENÇÃO

Gripe aviária: governo de MS e União intensificam vigilância na fronteira com a Bolívia

Além do território boliviano, a doença tem avançado por outros países da América do Sul

Por Agência Safras

O governo de Mato Grosso do Sul, em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), vai disseminar informações sobre a gripe aviária e alertar produtores rurais — e população em geral — a fim de manter o Brasil como área livre da doença. Na América do Sul, países vizinhos já notificaram ocorrência da doença, o que levou o estado do Centro-Oeste a intensificar as medidas de prevenção.

+ Influenza aviária: produtores rurais devem reforçar medidas de prevenção, avisa Faesp

Divulgada nesta semana, o trabalho conjunto com o Mapa se dará por meio da Superintendência Federal de Agricultura de Mato Grosso do Sul (SFA-MS). Em reunião do Grupo Especial de Atenção à Suspeita de Enfermidades Emergenciais ou Exóticas (Gease) realizada na quarta-feira (15), foi definido que, além de campanha preventiva esclarecendo sobre a gravidade da gripe aviária e quais cuidados devem ser tomados, será reforçada e intensificada a fiscalização sanitária na região da fronteira do estado com a Bolívia.

A partir desta quinta-feira (16), por exemplo, equipes de fiscais da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) vão intensificar a vigilância e fiscalização no Posto Esdras e no Buraco das Piranhas (Base da PMA), fazendo vistorias em todos os veículos, conforme o protocolo do Mapa e repassando orientações às pessoas sobre doença e o que pode ser feito para evitar a disseminação dela no Brasil.

“Teremos dois pontos de controle com as equipes da Iagro, que devem sair hoje rumo a Corumbá e região. Pedimos apoio policial às equipes de fiscalização e será seguido o um protocolo de vistoria e fiscalização, já estabelecido pelo Mapa. A notificação de foco da doença em Cochabamba, na Bolívia, acendeu a luz de alerta para todo o nosso país”, disse o o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck.

Superintendente da SFA-MS, Celso Martins lembrou que “o Brasil ainda é reconhecido internacionalmente como área livre de gripe aviária, mas desde o ano passado tem surgido focos em áreas distantes”. Conforme ressaltou na reunião, o país ficou “cercado” pela presença da doença, que já tem casos confirmados em cinco vizinhos do Brasil: Venezuela, Colômbia, Bolívia, Argentina e Uruguai.

“Para mantermos esse status é necessário informar corretamente os produtores rurais e a população em geral sobre a doença e intensificar a fiscalização para barrar a entrada de aves”, prosseguiu Celso Martins. “Por isso nos reunimos, para estabelecer medidas de curto prazo emergenciais e fazer todos os esforços necessários nas áreas de vigilância sanitária e segurança pública.”

Sobre a gripe aviária

Foto: Wenderson Araujo/Trilux/CNA

Apesar de ser exótica em território nacional, a influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), popularmente chamada de gripe aviária, tem preocupado o mundo por ser uma doença viral altamente contagiosa e fatal que afeta aves domésticas e silvestres com graves consequências ao comércio internacional de produtos avícolas. A IAAP também pode ser transmitida para humanos, no entanto, não é uma doença transmitida pela carne de aves e nem pelo consumo de ovos.

De acordo com o Mapa, o período de maior migração de aves do Hemisfério Norte para a América do Sul vai de novembro a abril. Por isso, neste momento, o trabalho que vem sendo realizado é o aumento das ações de vigilância pelo serviço veterinário oficial e órgãos ambientais e o reforço das medidas de biosseguridade nas granjas pelos produtores, com o objetivo de detectar rapidamente o eventual ingresso da doença no país e mitigar os riscos de sua disseminação.

Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), esta temporada de ocorrência da IAAP continua com surtos em aves de produção e em outras aves, principalmente nas regiões da Europa e Américas. A recomendação é que se mantenham os esforços de vigilância e as medidas de biosseguridade nas granjas, visando evitar o contato direto e indireto de aves domésticas com aves silvestres, principalmente as migratórias aquáticas.

Até o momento, nenhum caso de gripe aviária foi confirmado no Brasil. A orientação do governo federal é de que produtores rurais, técnicos agrícolas e criadores fiquem alertas para as aves com sinais respiratórios, nervosos, digestivos ou alta mortalidade, inclusive em aves de vida livre. Nesses casos, avise imediatamente ao Serviço Veterinário Oficial de sua cidade ou pela internet na plataforma e-Sisbravet.

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Editado por: Anderson Scardoelli

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