O preço do leite captado em maio/22 e pago aos produtores em junho/22 registrou aumento de 5,3% frente ao mês anterior, chegando a R$ 2,6801/litro na média Brasil líquida do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP). Segundo a entidade, essa é a quinta alta mensal consecutiva, levando a uma valorização real de 20,6% (valores deflacionados pelo IPCA de maio/22) desde janeiro.
Os preços do leite no campo seguem em alta, devido à menor produção. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de leite cru industrializado pelos laticínios brasileiros diminuiu 10,3% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2021. Com isso, as indústrias de laticínios seguem em disputa pela compra do leite cru, matéria-prima para a produção de lácteos, para tentar evitar a capacidade ociosa de suas plantas, aponta o Cepea.
A restrição de oferta do leite – e, consequentemente, dos lácteos – é explicada pela entressafra da produção. Com o inverno e clima mais seco, a qualidade e disponibilidade das pastagens cai e, por isso, a alimentação do rebanho é afetada, levando à queda na produção.
Os técnicos do Cepea destacam que, neste ano, o fenômeno climático La Niña também intensificou os efeitos sazonais de diminuição da oferta.