OPORTUNIDADE

Projeto quer viabilizar atividade leiteira para pequenos produtores no RS

O ‘Elite a Pasto’ busca um sistema de produção mais democrático e menos concentrado nas médias e grandes propriedades

Por Canal Rural

Na semana passada, a Emater/RS-Ascar realizou a última das doze entrevistas do projeto “Elite a Pasto”, desenvolvido na cidade de Serafina Corrêa. O projeto tem como objetivo desenvolver um sistema de produção de leite que permita viabilizar a atividade leiteira para pequenas e médias propriedades com o uso de pastagens.

De acordo com o engenheiro agrônomo Leandro Ebert, extensionista da Emater, a atividade leiteira vem passando por um processo de concentração em médias e grandes propriedades que conseguem adotar as novas tecnologias e efetuar os investimentos necessários para aumentar a escala da exploração. Enquanto isso, pequenas propriedades vão sendo excluídas da atividade sem ser apresentadas a uma opção ou alternativa de um sistema de produção viável aos recursos disponíveis.

Nessa primeira etapa, buscando compreender o cenário atual com cada família e provocar a reflexão dos participantes para posteriormente procurar a transformação da realidade, os extensionistas realizaram entrevistas com as famílias. As entrevistas orais foram baseadas no diálogo, de forma a ouvir os participantes, levantando aspectos relativos à história ou à jornada da família com a bovinocultura leiteira e com pastagens; a experiência relacional com a assistência técnica; as barreiras, problemas ou dificuldades atuais e, por fim, aos motivos ou fatores causadores da situação atual.

Para a extensionista social Sandra Elisa Manteze, um dos pontos relatados pelas famílias nas entrevistas, e que merece destaque, é que apesar de enfrentar diversas dificuldades durante os anos, a dedicação das pessoas pela atividade ou por suas propriedades, com o amor pela terra e pelas suas raízes, permitiu que elas permanecessem no campo e fizessem a propriedade dar certo. “Conforme relataram, graças a essa dedicação, as famílias alcançaram a qualidade de vida que têm atualmente, vivendo e tirando o sustento todos esses anos junto da família, o que não conseguiriam se tivessem abandonado a propriedade e migrado para o meio urbano”, frisa a extensionista.

“Com as informações levantadas nas entrevistas pudemos identificar também os desafios que enfrentam atualmente, suas origens e os pontos críticos para ação junto aos participantes. A partir disso pretendemos, como Extensão Rural e Social, atuar junto das famílias para construir um modelo de produção adaptado à realidade de cada uma delas, ao se utilizar dos recursos e condições identificados e considerando as suas realidades e anseios”, destaca Ebert.

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