“É uma estratégia comercial da China. O país precisa renegociar contratos. E como a China consegue fazer isso, ficar sem importar? A China está abastecida. Vamos lembrar que, no ano passado, a China foi responsável por 55% das importações de carne bovina do Brasil e de 62% da carne suína brasileira”, explica.
Durante todo o ano de 2021, o gigante asiático representou 64% das compras da proteína, com 855 mil toneladas das 1,55 milhão de toneladas embarcadas.
Apesar de comparar apenas o primeiro trimestre de 2022 com o ano de 2021, o quadro, até o momento, não deixa de ser uma sinalização que a China pode comprar menos carne bovina do Brasil neste ano.
Por outro lado, apesar de reduzir a participação percentual, em volume, a China comprou mais do Brasil no primeiro trimestre de 2022 em relação ao primeiro trimestre de 2021.
“O Brasil está conseguindo diversificar mais o destino da carne bovina brasileira. Neste ano, os maiores compradores, além do gigante asiático, foram Estados Unidos, Egito, Filipinas, Chile e Israel. No ano passado, foram Chile, Estados Unidos, Filipinas e Emirados Árabes. Mas por que está acontecendo isso? A China está abastecida e quer negociar. Isso não acontece só com proteína animal, mas com vegetal também, no caso da soja, por exemplo”, afirma Ferreira.
Carne suína
No caso da carne suína, o impacto da China é ainda mais intenso. No ano passado, o gigante foi responsável da importação 62% de toda produção brasileira exportada.
“O Brasil atingiu o recorde de 1 milhão de toneladas no ano passado. Sozinha, a China comprou 640 mil toneladas. De novo, o país está abastecido. Neste ano, a carne suína brasileira deve lutar para conseguir repetir o desempenho de 2020, quando exportou 920 mil toneladas”, afirma o diretor de Conteúdo do Canal Rural.
Carne de frango
Segundo Giovani Ferreira, a carne de frango é o grande ativo da pecuária brasileira.
“O Brasil deve estabelecer um novo recorde de exportação neste ano. O mercado está crescendo de uma maneira muito orgânica e se beneficia de algumas questões, como a inflação e o conflito bélico, em que a proteína, por ser mais acessível, cresce”, diz.