O Plano ABC, que estimula a agricultura de baixo carbono no Brasil, pode ter ajudado a recuperar 26,8 milhões de hectares de pastagens degradadas. Para objeto de comparação, o território do Reino Unido — formado por Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte — é menor, com cerca de 24,2 milhões de hectares. O resultado também supera a meta do programa, que era de 15 milhões de hectares.
O dado faz parte de um estudo pioneiro do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás (Lapig/UFG). A pesquisa avaliou, com base na classificação automática de imagens de satélites da série Landsat, o grau de degradação das áreas de pastagens no período de influência do Plano ABC. Notou-se uma queda significativa na quantidade de propriedades com áreas de pastagens com degradação severa e moderada entre 2010 e 2018.
Segundo o estudo, o aumento na qualidade das pastagens foi mais expressivo nas regiões Centro-Oeste e Sul, abrangendo Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul. O Tocantins também registrou bons resultados. A recuperação ocorreu principalmente no bioma Cerrado, em que houve maior investimento do Plano ABC com esse fim.