PASTO EXTRAORDINÁRIO

Pecuária depende da fusão de duas culturas: os animais e o pasto

Para produzir proteína de qualidade, pecuarista precisa entender que o sistema produtivo envolve fatores zootécnicos e agronômicos

Por Redação Pasto Extraordinário
YouTube player

Na última década, a pecuária cedeu áreas de pastagens para culturas como soja, milho, sorgo, algodão e arroz. Locais que antes eram dedicados à criação de gado agora dão espaço para lavouras – uma substituição de regiões de pecuária para a agricultura. O rebanho bovino perdeu, nos últimos anos, cerca de 10 milhões de hectares de pastagens para áreas de cultivo. A afirmação é do engenheiro agrônomo e também zootecnista Alcino Ladeira, que é consultor técnico exclusivo da Corteva Agriscience.

“Há dez anos tínhamos 170 milhões de hectares e hoje temos 160 milhões de hectares, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E se olharmos atualmente o rebanho brasileiro, temos um rebanho maior, entre 210 milhões e 215 milhões de cabeças, com uma área de pastagem altamente produtiva, em termos de criação de bovinos”, explica o consultor.

Para Alcino, a pecuária é a cultura mais difícil de se aumentar a produtividade quando comparada com uma outra cultura. “Em uma área agrícola você consegue aumentar o índice de produtividade rapidamente. Com a adoção de uma adubação mais balanceada, um micro e macro elementos, um trato cultural, você consegue aumentar também a lucratividade”.

Ele analisa ainda que quando essa produtividade envolve animais, como acontece na pecuária, fica mais difícil para o produtor entender a importância da fusão de duas áreas importantes em sistemas produtivos: a Agronomia e a Zootecnia.

“A pecuária tem duas culturas dentro de uma: você tem a cultura do capim, que você tem que trabalhar com sistemas agronômicos; e você tem a cultura do boi, que você tem que trabalhar com índices zootécnicos”, afirma o consultor.

Duas culturas em uma

Para aumentar a produtividade em uma criação de gado, o pecuarista precisa garantir o ganho de peso dos animais, que a área de pastagem terá capacidade de suporte, entre outros fatores. Sendo assim, Alcino Ladeira acredita que deve haver uma sinergia das duas culturas para que ocorra um fluxo de produtividade tanto para a área de pastagem quanto para o rebanho. “Se você trabalha só com ganho de peso, de quanto custa uma arroba por hectare ao ano, quantas arrobas vai produzir, você está preocupado com índices zootécnicos. Mas você não pode esquecer que, para esses índices terem sucesso, é necessário cuidar da cultura do capim – pasto bem cuidado, bem cortado, com altura certa -, que são os índices agronômicos”, compara o engenheiro agrônomo e zootecnista.

“São como duas balanças e não podem ter peso diferente uma da outra. Para aumentar a produtividade é preciso ter sinergia entre Zootecnia e Agronomia”.

Produtividade

Em função de pastos degradados em algumas regiões, a capacidade de suporte das áreas de pastagens no Brasil ainda varia de 0,8 a 0,9 U.A./ha (unidade animal por hectare) ou 1,2 cabeça por hectare, o que ocasiona um baixo índice de produtividade por área. “Isso deixa a gente preocupado com o futuro da pecuária: produzimos hoje cinco arrobas por hectare ao ano, num país tropical – com uma dimensão dessas de pastagens -, é uma produtividade muito baixa”, comenta Alcino. “O país perde na comparação com outras nações, como Argentina, Uruguai e Paraguai, que têm o triplo de produtividade por hectare ao ano”.

Mas o consultor da Corteva avalia que a criação brasileira de gado tem mudado. Segundo ele, o sistema migra de uma pecuária tradicional extrativista para uma pecuária de maior ganho de peso, que adota tecnologia. “Esse é um ponto muito importante: quando um bezerro, um garrote ou um boi pasteja para se alimentar, o capim precisa rebrotar e vai puxar nutrientes do solo. Assim temos que fazer uma reposição esporádica de nutrientes para que a planta forrageira cresça e a produtividade apareça”, diz o especialista.

“A regra segue a mesma em todo e qualquer bioma: são duas culturas em uma. Você nunca vai ter só o gado ou só o capim. Então deve ocorrer essa sinergia, independentemente do bioma em que você estiver localizado ou trabalhando”.

Alcino Ladeira, consultor técnico exclusivo da Corteva Agriscience.

Sobre Alcino Ladeira

O engenheiro agrônomo e zootecnista Alcino Ladeira nasceu em Jundiaí, no interior de São Paulo. Apenas quatro meses após se formar em engenharia agronômica, Alcino participou de um processo seletivo da então Dow Química. Ao passar no processo, escolheu ir para Franco da Rocha (SP), onde deu início ao seu trabalho na empresa em 03 de maio de 1976. Depois de três meses foi transferido para o grupo de Pesquisa e Desenvolvimento da Linha de Pastagem e, desde então, não parou de desenvolver produtos para o controle de plantas daninhas de pastagem. Um longo caminho de sucesso na Corteva Agriscience, que ultrapassa 40 anos.

Sobre o programa Pasto Extraordinário

Produzir com rentabilidade e com respeito ao meio ambiente, cuidando da sociedade e priorizando o bem-estar animal. Esses são os pilares para o crescimento sustentável da pecuária nacional que estão presentes no programa Pasto Extraordinário.

O projeto visa contribuir com o desenvolvimento da cadeia produtiva por meio de muito conteúdo relacionado aos seguintes temas: Sinergia, Sustentabilidade, Socioeconômico e Sucesso. Esses quatro compromissos fazem parte da Plataforma-S, um projeto da Corteva Agriscience, que busca, por meio de diferentes iniciativas, honrar o compromisso da empresa com a pecuária brasileira.

O programa vai ao ar toda segunda-feira, às 6h, com reprise às quartas, às 18h, no Canal do Criador. Você pode assistir pela SKY 166, na NET nos canais 197 e 697 nas principais praças pecuárias e Parabólica digital e analógica. Também é possível se manter atualizado com informações sobre o universo da pecuária no blog do Pasto Extraordinário. Não deixe de acompanhar!

O projeto já está na segunda temporada e a novidade agora é que além de assistir o conteúdo do Pasto Extraordinário na televisão e no digital, você também pode conferir os episódios novos nas principais plataformas de streaming de áudio por meio do nosso podcast, é só clicar neste link e ouvir a qualquer hora.

Categorias:

Sair da versão mobile

Leia também