PASTO EXTRAORDINÁRIO
Saiba como o consumo de água pode ajudar o rebanho a ganhar mais peso
Pensar na água da fazenda é primordial para o desenvolvimento do animal, além de garantir sustentabilidade econômica e ambiental da atividade
O consumo de água do animal pode interferir diretamente no ganho de peso do mesmo. Um animal que não consome água vai ter um desempenho inferior. E um dos fatores que podem influenciar esse consumo é a qualidade dessa água. Por isso, o produtor precisa buscar eficiência tanto por questões de sustentabilidade ambiental quanto econômica.
No futuro próximo, o pecuarista vai conseguir selecionar os que são eficientes para conversão de alimento em ganho de peso, e também os que utilizam menos água para o mesmo ganho de peso. É cada vez maior a preocupação com a água, em ter e em conservar os recursos hídricos da propriedade.
O zootecnista Arthur Alves da Silva, especialista em nutrição e produção animal na Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu) em Minas Gerais, explica que o pecuarista tem um cuidado enorme com as pastagens, com a suplementação. Mas em alguns momentos o produtor fica desatento com a água do animal. “A água tem uma importância enorme. Se o animal não consome água ou diminui o consumo de água, o consumo de matéria seca, de pasto também será reduzido. Sem água de qualidade o animal não vai conseguir ter o máximo consumo de pasto e isso vai diminuir o desempenho dele”.
De acordo com o especialista, um bovino de corte chega a beber até 50 litros de água por dia e vai ao cocho até 10 vezes ao longo desse mesmo dia. Já uma vaca em lactação pode beber até 120 litros de água em um dia.
Controle da água fornecida
O zootecnista recomenda que o rebanho tenha acesso à água em bebedouros. Segundo ele, a água disponível em açudes tem grandes chances de conter patógenos porque o animal pode defecar, urinar, e consequentemente vir a ter uma patologia relacionada a essa bebida.
“Utilizando os bebedouros nós conseguimos ter água em qualidade para os animais, e isso vai representar um ganho de até 270 gramas a mais por dia. Esse ganho no final do ano pode até representar três arrobas a mais para o pecuarista”.
Controle de perda de peso
A distância entre o bebedouro e o piquete é outro ponto importante de influência no consumo de água. O zootecnista explica que é necessário que a distância entre eles seja de no máximo 500 metros: “Acima disso, o animal vai ter um decréscimo na sua produção porque ele está caminhando muito. Em média, há uma diminuição no desempenho de 40 a 60 gramas por dia e vai dar, no final do ano, 21 quilos de perda de peso. O recomendado é que o bebedouro fique próximo do piquete até 200 metros”, concluiu Arthur.
Cuidado necessário com os bebedouros
O especialista em nutrição e produção indica alguns processos necessários de limpeza dos bebedouros:
- Crie uma rotina de limpeza com os colaboradores da fazenda;
- O processo precisa ser fácil e rápido de ser feito;
- Esvazie o bebedouro uma vez por semana;
- Após esvaziado, o bebedouro deve ser lavado para que toda matéria orgânica presente seja retirada;
- Esteja sempre alerta para a qualidade da água que está sendo fornecida por meio dos bebedouros.
Lívia Magalhães afirma que é muito mais fácil controlar a qualidade da água em bebedouros, cochos do que em uma represa ou açude, por exemplo. “Quando você pensa no número de horas que você utiliza para fazer a higienização dessa água, acaba compensando o investimento quando utilizado os bebedouros artificiais por facilitar o monitoramento”, disse a especialista em bem-estar animal da Fazu.
O produtor precisa ter uma represa, um tanque, um local de armazenamento de água para que ele possa fazer a redistribuição de forma artificial para todo o seu sistema produtivo, como também garantir uma água potável, um bebedouro limpo, em condições de tratamento de água.
Área de confinamento. Imagem cedida pela Fazu
Água no sistema de confinamento
Em relação ao sistema de criação em confinamento é necessário que o pecuarista e a sua equipe, tenha um cuidado maior, por conta da maior densidade populacional (mais animais por metro quadrado). “Ao invés de fazer a lavagem do cocho uma vez na semana, em confinamento é necessário que se faça dia sim, dia não, a cada dois dias, porque os animais vão mais vezes ao cocho, é necessário que se tenha esse cuidado a mais”, explica Arthur.
A especialista em bem-estar animal conta que os bovinos são animais seletivos e, assim como os humanos, gostam de beber água de qualidade: “O animal sente prazer ao beber a água e, quando a gente melhora a oferta, isso proporciona um aumento de ingestão. Então se eu espero que esse animal tenha uma melhor eficiência alimentar, é preciso aumentar o seu consumo de água”.
Sobre o programa Pasto Extraordinário
Produzir com rentabilidade e também com respeito ao meio ambiente, cuidando da sociedade e priorizando o bem-estar animal. Esses são os pilares para o crescimento sustentável da pecuária nacional que estão presentes no programa Pasto Extraordinário.
O projeto visa contribuir com o desenvolvimento da cadeia produtiva por meio de muito conteúdo relacionado aos seguintes temas: Sinergia, Sustentabilidade, Socioeconômico e Sucesso. Esses quatro compromissos fazem parte da Plataforma-S, um projeto da Corteva Agriscience, que busca, por meio de diferentes iniciativas, honrar o compromisso da empresa com a pecuária brasileira.
O programa vai ao ar toda segunda-feira, às 6h, com reprise às quartas, às 18h, no Canal do Criador. Você pode assistir pela SKY 166, na NET nos canais 197 e 697 nas principais praças pecuárias e Parabólica digital e analógica. Também é possível se manter atualizado com informações sobre o universo da pecuária no blog do Pasto Extraordinário. Não deixe de acompanhar!
O projeto já está na segunda temporada e a novidade agora é que além de assistir o conteúdo do Pasto Extraordinário na televisão e no digital, você também pode conferir os episódios novos nas principais plataformas de streaming de áudio por meio do nosso podcast, é só clicar aqui neste link e ouvir a qualquer hora.
