Tornar-se um santuário ecológico ou um celeiro de alimentos? Que tal os dois? Com o direcionamento correto, o bioma Pantanal tem potencial para se tornar exemplo de produção sustentável. O que falta é um conjunto de leis específicas que protejam seus recursos naturais ao passo que viabilizam a subsistência da população local.
Foi o que analisou em entrevista ao Giro do Boi desta terça, dia 13, o advogado Pedro Puttini Mendes, doutorando, professor de pós-graduação de direito agrário e ambiental e sócio-diretor da P&M Consultoria Jurídica. O especaislita falou sobre este que é justamente o tema de seu mais recente livro, “Pantanal sul-mato-grossense, legislação e desenvolvimento local”.
Além da admiração pelo bioma de sua terra natal, Puttini revelou outra motivação para o lançamento da obra. “Também a preocupação com a edição contínua de leis e políticas públicas, que precisa de um cuidado nas aplicações para adaptação na sociedade. A gente tem que observar o que acontece com o desenvolvimento local, que foi também tema do meu mestrado. Nós temos dados, indicadores, então esses escritos, como esse tipo de livro que reúne artigos, precisam gerar ainda outras análises de dados para apaziguar aquelas discussões ideológicas a respeito do Pantanal, da sua legislação”, justificou o especialista.
Puttini especificou qual o principal problema da discussão ideológica no entorno do uso sustentável dos biomas do Brasil maneira geral. “Sempre que surgem projetos de lei relacionados a biomas, existe uma tendência a se esquecer que dentro desses biomas também tem pessoas e o que chamamos de idiossincrasias, ou seja, aquelas características de um grupo em um bioma, como o Pantanal. E no Pantanal isso fica muito mais evidente – os integrantes da ‘família pantaneira’ são os maiores conhecedores e conservadores do Pantanal em todos os sentidos. Essa foi a motivação”, sustentou o advogado.