Aqueles que amamos nunca vão embora, pois constroem em nós uma fortaleza, deixam em nossas vidas um legado e em nossas memórias a grandeza de toda sua existência. É com imenso pesar que a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos se despede de um grande amigo, João Manoel Cordeiro Costa, nosso eterno “Maneca”, aos 83 anos, ocorrido na noite desta última quinta-feira (16/02), em Pelotas/RS. Com uma trajetória determinante para o avanço da raça Crioula, conquistou uma série de amigos e admiradores de seu trabalho visionário e assertivo em sua criação. A cerimônia de despedida está sendo realizada nesta sexta-feira (17/02), na capela 1 do Memorial Pelotas Cemitério Parque, com sepultamento marcado para às 17 horas e 30 minutos.
Pioneiro no manejo genético da Cabanha Santa Angélica, de Pedras Altas/RS, Maneca iniciou sua vida de maneira muito simples e singela, lidando com o campo e a criação de ovelhas de seu pai que, inclusive, era motivo de orgulho para ele e para a família. Segundo ele, “um homem do campo é um homem simples, é assim que somos felizes”. Ainda muito jovem desenvolveu o gosto por cavalos, nutrindo o desejo de ser cavaleiro. Desejo que mais tarde foi atendido e, a partir daí, sua história junto à raça deram os primeiros passos.
Conhecido por estar sempre à frente de seu tempo, foi em meados de 74 que vivenciou de perto, na exposição de Palermo na Argentina, a potência do sangue chileno no Cavalo Crioulo. Entre os anos 80 e 81 decidiu trazer para o brasil toda a desenvoltura e mansidão que os chilenos carregavam em sua seleção centenária, ao adquirir dois exemplares: Santa Elba Señuelo e La Amanecida Muchachita. A partir de um cruzamento bem planejado, que visava a funcionalidade e a mansidão, nasceu um dos ganhões mais emblemáticos da raça, o Muchacho de Santa Angélica. Neste momento nascia muito mais que um cavalo, mas um potente legado genético que mudaria o rumo da raça Crioula no Brasil.