Sendo um evento marcado pela diversidade de inovação e tecnologia, o AgroBIT contou com o Agro Clima Global Summit, arena que mostrou as principais projeções e tendências climáticas; a Smart Farm Mapa Conecta, que teve 13 startups participando dos pitches; as salas de networking e o AgroBIT Carreira, que contou com a presença virtual de acadêmicos e profissionais que buscam formas de atingir o sucesso no mercado de trabalho.
Prêmio Produtor Rural 4.0
Com o objetivo de incentivar os produtores rurais que promovem a inovação no agro, a 4ª edição do AgroBIT Brasil Evolution lançou o Prêmio Produtor Rural 4.0.
Entre os nove vencedores de várias regiões do Brasil, há duas mulheres. Uma delas é a produtora rural e pedagoga Tábata Ribeiro de Melo Stock, premiada em 3º lugar na categoria grande propriedade. Ela produz grãos, bezerros e madeira em duas propriedades no Paraná, no município de Santa Maria do Oeste, e em Guarapuava.
Para Tábata, estar entre as finalistas deste prêmio representa não só o reconhecimento de um trabalho árduo de inovação que trouxe maior produtividade com respeito ao meio ambiente e menos custos, mas também uma vitória para todas as mulheres que, como ela, buscam um lugar de igualdade.
A principal inovação que ela fez nas propriedades foi na área da gestão de pessoas, tanto que é considerada pioneira na aplicação de técnicas pedagógicas para melhorar a performance da equipe para obter ganho na produtividade. “Como mulher e sucessora há 9 anos, eu me considero vitoriosa. Acredito que essa fase da minha vida representa não só vitórias minhas, mas de todas as mulheres que estão nessa inserção do agro”, conclui Tábata, que também foi premiada há 10 dias em segundo lugar no Prêmio da Bayer de Mulheres do Agro.
A outra produtora premiada pelo AgroBIT 2021 é Rosana Aparecida Gabardo Pallu, que ficou em segundo lugar na categoria pequena propriedade. À frente do sítio São Francisco de Sales, na Colônia Retiro, em Mandirituba, no Paraná, a produtora rural vem demonstrando que é possível aumentar a produtividade e cuidar do meio ambiente.
Rosana dedica-se ao cultivo de 20 mil pés de morango semi-hidropônico em uma área protegida de 2 mil metros quadrados. Entre as boas práticas agrícolas que utiliza na área para garantir a sustentabilidade, Rosana faz a captação da água da chuva e armazena em açude para a reutilização, na época da estiagem.
O empresário e produtor rural, Jônadan Ma, ficou em 1º lugar na categoria grande propriedade. Sua propriedade, a Fazenda Boa Fé, na região de Conquista, em Minas Gerais, é modelo de sustentabilidade. Há cerca de 40 anos, Jônadan investe na diversificação da atividade, implantando sistemas integrados de produção, como Integração Lavoura Pecuária e Integração Lavoura Pecuária Floresta como forma de preservar os recursos naturais e aumentar a rentabilidade. Na produção de grãos, adota todos os princípios do Sistema Plantio Direto.
“Foi uma surpresa e sou muito grato por ter sido contemplado com esta premiação. A gente não preserva para ganhar prêmio, mas para valorizar nosso trabalho, o trabalho do produtor rural que tem a responsabilidade de produzir alimentos. Entendo minha responsabilidade como empresário rural, produtor rural e cidadão em todos os aspectos: sejam sociais, ambientais, tecnológicos e de governança. E isso nos motiva a prosseguir e avançar”, afirmou Jônadan Ma.
O produtor rural Gleyciano Araujo Vasconcellos, que venceu o 3º lugar da categoria média propriedade, implementou a agricultura sustentável na Fazenda Pé de Cedro, no Mato Grosso do Sul, aliando melhoria ambiental com redução de custos de produção. São usados inoculantes de forma intensa e o controle de pragas e doenças é feito predominantemente por controle biológico.
“Recebemos como uma grata surpresa esta premiação. Indica que estamos no caminho certo, além de ser um grande incentivo a quem promove a inovação”, avaliou Gleyciano.
O produtor José Amilcar Pastuch, do Sítio São José, foi premiado em terceiro lugar na categoria pequena propriedade. On-line, ele agradeceu o prêmio e destacou a importância da produção orgânica e do uso de controle biológico. “É uma honra receber esta premiação. Isso nos motiva muito a ser cada vez mais uma propriedade sustentável”.
O primeiro lugar da pequena propriedade ficou com a família de Paula, representada por Gilmar Marcelo de Paula, de Boa Esperança do Iguaçu, na região sudoeste do Paraná. A principal inovação que a família de Paula fez no negócio foi o desenvolvimento de uma planta de biogás a partir da cama de frango.
Além de produzir aves e grãos, a família de Paula passou a gerar energia elétrica e térmica e também fertilizante orgânico líquido, adubo orgânico sólido, feno e pré-secado de grama JIGGS. Após a implantação do biogás, a família viu a produtividade anual aumentar em mais de 200% e o custo de aquecimento cair 70%.
“Para nós da Família de Paula é muito importante poder participar do AgroBIT e estar entre os vencedores é fantástico porque premia um caminho que a gente fez ao longo de quatro anos com muita dedicação. O prêmio vem coroar um trabalho árduo que está só se iniciando”, comemorou Gilmar.
O produtor rural Carlos Gasparotto Apoloni, do Grupo Boa Sorte, foi o vencedor do Prêmio Produtor Rural 4.0, na categoria média propriedade, pela gestão da fazenda Boa Sorte, em Quarto Centenário, no Paraná. Em 650 hectares, a família de produtores rurais é referência de boas práticas agrícolas. “Recebo com surpresa o prêmio. Vejo como um reconhecimento ao trabalho que busca sempre aplicar inovações e experimentar novas formas para melhorar a atividade agrícola. A gente procura se manter atualizado, usando tecnologias que possam agregar valor na fazenda”, afirmou Gasparotto.
Faz parte do cardápio de boas práticas agrícolas da propriedade, a distribuição de insumos de uma forma correta, aquisição de máquinas que tenham maior precisão e práticas conservacionistas, como o Plantio Direto. “Nos tornamos referência no uso de tecnologias porque conseguimos extrair o máximo do que oferecem em plantios e pulverizações. Com isso, alcançamos economia de defensivos, por exemplo. Incorporamos outras ferramentas, como imagens de satélite para o acompanhamento da lavoura. O prêmio veio mais por essa insistência nossa em não só adquirir tecnologias, mas por tentar alcançar a alta performance”, concluiu Gasparotto.
On-line, também receberam e agradeceram à premiação, os produtores José Bento Cavalcanti Germano e Maiquel Alberts, ambos de Arapoti/PR.
José Bento Germano, da Fazenda Mutuca, foi premiado no segundo lugar na categoria grande propriedade. Ele produz grãos de soja, milho, feijão e trigo; sementes de soja e trigo; madeira e resina e também gado de corte. Segundo ele, a inovação que trouxe os melhores resultados foi o Plantio Direto, introduzido nos anos 80. O sistema reduziu a quantidade de fertilizantes, manteve altas produtividades em anos ruins e garantiu a sustentabilidade do negócio.
Maiquel Alberts, da Agropecuária Alberts, ficou com o segundo lugar na categoria média propriedade. Além de fazer a gestão de várias propriedades rurais, ele cultiva 360 hectares de feijão, soja, milho segunda safra, sorgo segunda safra, trigo, aveias branca e preta, onde adota o Plantio Direto e a agricultura de precisão. As práticas trouxeram um incremento de produção, que resultou no aumento de produção com sustentabilidade.
Vencedores Pequena Propriedade
1º lugar – Gilmar Marcelo de Paula – Sítio De Paula – Boa Esperança do Iguaçu/PR
2º lugar – Rosana Aparecida Gabardo Pallu – São Francisco de Sales – Mandirituba/PR
3º lugar – José Amilcar Pastuch – Sítio São José- Prudentópolis/PR
Vencedores Média Propriedade
1º lugar – Carlos Gasparotto Apoloni – Fazenda Boa Sorte – Quarto Centenário/PR
2º lugar – Maiquel Alberts – Agropecuária Alberts – Arapoti/PR
3º lugar – Gleyciano Araújo Vasconcellos – Fazenda Pé de Cedro – Nova Alvorada do Sul/MS
Vencedores Grande Propriedade
1º lugar – Jônadan Ma – Fazenda Boa Fé – Conquista/MG
2º lugar – José Bento Germano – Fazenda Mutuca – Arapoti/PR
3º lugar – Tábata Ribeiro de Melo Stock – Fazenda Rio do Pedro – Santa Maria do Oeste/PR
Mulheres em destaque
Elas fazem a gestão das fazendas, são lideranças e atuam no mercado financeiro. Dentro e fora da porteira são protagonistas. A história da participação feminina no universo rural foi destaque no AgroBIT Brasil Evolution 2021.
Roberta Paffaro, da CME Group (Bolsa de Chicago) é uma das coautoras do livro “Mulheres do Agro”. Ela participou do Painel “Mulheres do Agro: Tecnologia, Inovações e Sororidade”, juntamente com as demais autoras, Andrea Cordeiro, Mariely Biff e Ticiane Figueiredo.
Logo após o painel, as autoras participaram de um bate-papo sobre os desafios da liderança feminina no agro. “No livro, nós trouxemos as histórias inspiradoras de mulheres que atuam no agro para mostrar o potencial e potencializar a voz dessas mulheres. Essas histórias servem de identificação não só para outras mulheres, mas também para os homens conseguirem compreender que, juntos, vão muito mais longe”, ressaltou Roberta.
A autora diz que o livro apresenta histórias de mulheres que não entendiam nada do meio rural ou que enfrentaram grandes adversidades na vida e tiveram que assumir a gestão das propriedades.
Roberta concluiu dizendo que a mulher precisa conquistar ainda muito espaço no agro. “O IBGE aponta que 30% das funções de liderança no agro são exercidas por mulheres, o que revela que é um processo lento, existindo algumas barreiras invisíveis que não possibilitam explorar o potencial feminino”.
Smart Farm Mapa Conecta
A Smart Farm Mapa Conecta selecionou 13 startups na disputa do prêmio, que reconheceu as melhores soluções para o agronegócio. O primeiro lugar ficou com a Ecotrace, de Vinhedo (SP). O destaque em segundo lugar foi a startup BirdView, de São Manuel (SP), e, em terceiro lugar, duas startups empataram – a JetBov, de Joinville (SC) e Tarvos de Campinas (SP).
Fonte: Assessoria AgroBIT