QUALIDADE E PROCEDÊNCIA
Carne bovina: Consumo por pessoa ultrapassou 37 quilogramas em ano atípico
Há mais de cem anos marca história no Brasil e mantém estrutura financeira sustentável para criadores
Conhecida pelo mundo todo por ser uma das melhores carnes com alto teor de maciez, suculência e sabor, os touros da raça Angus, conquistam o paladar brasileiro desde meados de 1900. Desde então, o Brasil garante qualidade mundial na produção.
Uma de suas primeiras linhagens chegou do Uruguai direto para a região sulina do país. O que gera coincidência na cultura gaúcha com o aprecio pelo churrasco e pela carne boa. Não é à toa que o Brasil está no ranking em terceiro lugar, atrás apenas da China e Estados Unidos, no consumo do alimento. Sendo o primeiro em exportação.
Só no ano passado, mesmo com a pandemia que tomou conta dos bolsos brasileiros, o consumo de carne bovina per capita por pessoa ultrapassou os 37 quilogramas, dados divulgados pelo Instituto Tricontinental de Pesquisa Social.
O bom cruzamento da raça garante uma genética de qualidade que permite carcaças uniformes de gordura intramuscular na carne bovina, o que torna o Angus financeiramente apetitoso não só no sabor, mas também no faturamento dos pecuaristas..
Para entender como a genética influencia na evolução e continuidade da qualidade da carne, conversamos com Heitor Lutti Pinheiro Machado, assessor pecuário da Fazenda Casa Branca Agropastoril, que atualmente é um dos maiores bancos genéticos e líder na comercialização de touros e embriões da raça no país.
O objetivo do projeto pecuário da fazenda, segundo ele, é contribuir para o aumento da produção de carne bovina de extrema qualidade, o que agrega e proporciona alto valor econômico para os pecuaristas que utilizam a opção genética.
Na busca pelo melhor sêmen, a Casa Branca, por meio de parcerias genéticas fora do país, realiza a compra e repassa para criadores brasileiros com valor em real e não em dólar, o que proporciona facilidade para o produtor na hora da aquisição.
Essa comercialização de sêmen é feita para criadores de gado comercial que usam para a melhoria da carcaça e já os embriões são para criação de gado puro, no complemento para aperfeiçoar o rebanho.
Ainda segundo Heitor, a ideia do cruzamento de Angus é sempre melhorar o rebanho base. Hoje já existem projetos que tentam buscar Nelore de qualidade para cruzar com Angus de procedência e assim chegar a busca de uma carne Super Premium. Como existem projetos que preferem ficar apenas com a carne original britânica.
Alguns pontos positivos do animal como habilidade materna, precocidade sexual, além do alto giro financeiro e claro, a carne saborosa e tenra que conquista o paladar dos brasileiros a cada dia, facilita para o criador na hora de investir em um novo rebanho.
Com o nível de qualidade do gado produzido no Brasil, o país chega a ser reconhecido mundialmente como um dos melhores produtores de carne Angus do mundo.