QUALIDADE E PROCEDÊNCIA

Carne bovina: Consumo por pessoa ultrapassou 37 quilogramas em ano atípico

Há mais de cem anos marca história no Brasil e mantém estrutura financeira sustentável para criadores

Por Janaína Barros
14 de janeiro de 2021 às 14h48


Conhecida pelo mundo todo por ser uma das melhores carnes com alto teor de maciez, suculência e sabor, os touros da raça Angus, conquistam o paladar brasileiro desde meados de 1900. Desde então, o Brasil garante qualidade mundial na produção.

Uma de suas primeiras linhagens chegou do Uruguai direto para a região sulina do país. O que gera coincidência na cultura gaúcha com o aprecio pelo churrasco e pela carne boa. Não é à toa que o Brasil está  no ranking em terceiro lugar, atrás apenas da China e Estados Unidos, no consumo do alimento. Sendo o primeiro em exportação.

Só no ano passado, mesmo com a pandemia que tomou conta dos bolsos brasileiros, o consumo de carne bovina per capita por pessoa ultrapassou os 37 quilogramas, dados divulgados pelo Instituto Tricontinental de Pesquisa Social.

O bom cruzamento da raça garante uma genética de qualidade que permite carcaças uniformes de gordura intramuscular na carne bovina, o que torna o Angus financeiramente apetitoso não só no sabor, mas também no faturamento dos pecuaristas..

Para entender como a genética influencia na evolução e continuidade da qualidade da carne, conversamos com Heitor Lutti Pinheiro Machado, assessor pecuário da Fazenda Casa Branca Agropastoril, que atualmente é um dos maiores bancos genéticos e líder na comercialização de touros e embriões da raça no país. 

O objetivo do projeto pecuário da fazenda, segundo ele, é contribuir para o aumento da produção de carne bovina de extrema qualidade, o que agrega e proporciona alto valor econômico para os pecuaristas que utilizam a opção genética.

Na busca pelo melhor sêmen, a Casa Branca, por meio de parcerias genéticas fora do país, realiza a compra e repassa para criadores brasileiros com valor em real e não em dólar, o que proporciona facilidade para o produtor na hora da aquisição.

Essa comercialização de sêmen é feita para criadores de gado comercial que usam para a melhoria da carcaça e já os embriões são para criação de gado puro, no complemento para aperfeiçoar o rebanho.

Ainda segundo Heitor, a ideia do cruzamento de Angus é sempre melhorar o rebanho base. Hoje já existem projetos que tentam buscar Nelore de qualidade para cruzar com Angus de procedência e assim chegar a busca de uma carne Super Premium. Como existem projetos que preferem ficar apenas com a carne original britânica.

Alguns pontos positivos do animal como habilidade materna, precocidade sexual, além do alto giro financeiro e claro, a carne saborosa e tenra que conquista o paladar dos brasileiros a cada dia, facilita para o criador na hora de investir em um novo rebanho. 

Com o nível de qualidade do gado produzido no Brasil, o país chega a ser reconhecido mundialmente como um dos melhores produtores de carne Angus do mundo.