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Gado vivo: mercado global deve movimentar US$ 5 bilhões e Brasil avança

Com exportações em alta, Brasil ganha espaço em um setor estratégico do agronegócio global

Por Cleide Assis
28 de março de 2025 às 15h35
Boi da raça Angus em pé no pasto, uma das raças exportadas pelo Brasil no mercado global de gado vivo

Foto: Divulgação | Associação Brasileir de Angus

O comércio internacional de gado vivo deve movimentar cerca de US$ 5 bilhões em 2025, com um total estimado de 5 milhões de animais exportados, segundo projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os dados foram destacados em reportagem do jornal argentino Clarín, que analisou o cenário global e a entrada de novos países nesse mercado competitivo.

Além dos tradicionais exportadores, a Argentina acaba de entrar nesse mercado após revogar, em fevereiro de 2025, uma proibição que durava desde 1973. A decisão faz parte do pacote de desregulamentação econômica do governo Milei e libera a exportação de gado vivo para abate. Segundo o ministro da Desregulamentação e Transformação do Estado, a medida deve ampliar a concorrência e reconectar o país a mercados como o da Turquia, que exigem animais não castrados. A Argentina passa, assim, a disputar espaço com países como Brasil e Uruguai, que já são consolidados nesse setor.

O México lidera como principal exportador, com 1,39 milhão de cabeças enviadas aos Estados Unidos. A Austrália embarca cerca de 825 mil animais para o Sudeste Asiático e o Oriente Médio, enquanto a União Europeia exporta 800 mil cabeças ao Norte da África e à região árabe. O Canadá também aparece com peso, vendendo 760 mil animais aos EUA para abate.

O Brasil, embora novo nesse segmento, já exporta cerca de 400 mil cabeças por ano, com destino ao Oriente Médio, Norte da África e Ásia. A genética de qualidade, os protocolos sanitários rigorosos e a ampla capacidade de produção posicionam o país como um fornecedor estratégico no mercado global.

O Clarín também destaca o avanço do Uruguai, que deve embarcar 400 mil animais em 2025, incluindo machos inteiros das raças britânicas, novilhas prenhes e bezerros de diferentes raças. Em 2024, o país exportou 300 mil cabeças.

Com novos compradores como Israel e Argélia, o cenário aponta para expansão — e o Brasil tem potencial para crescer ainda mais nesse mercado em transformação.