Gestão na Pecuária: As 3 Camadas de Visão para o Sucesso

O zootecnista, consultor e escritor Antonio Chaker ensina técnicas para ampliar a visão do produtor, ajudando-o a enxergar oportunidades e problemas antes que eles impactem negativamente o negócio

Por Fábio Moitinho

A gestão eficiente na pecuária exige um olhar apurado para além do óbvio, e é exatamente sobre isso que trata o sexto episódio do quadro “Dicas do Chaker – Descomplicando a gestão na pecuária”, apresentado pelo zootecnista, consultor e escritor Antonio Chaker.

A nova temporada, exibida todas as sextas-feiras no Giro do Boi, traz estratégias práticas para o pecuarista de corte otimizar sua fazenda e seus resultados.

Desta vez, Chaker ensina técnicas para ampliar a visão do produtor, ajudando-o a enxergar oportunidades e problemas antes que eles impactem negativamente o negócio. Para isso, ele destaca três camadas de visão fundamentais para uma gestão eficaz: a linha do olho, a linha do meio e a última linha.

A linha do olho: o poder da observação direta

A linha do olho se refere a tudo que o pecuarista consegue enxergar sem precisar medir ou calcular. É a percepção visual dos detalhes que indicam o desempenho da fazenda e a saúde do rebanho. Alguns exemplos:

Avaliação dos animais: se um boi está magro, com costelas aparentes ou arrepiado, significa que há um problema nutricional ou sanitário.
Análise das fezes: fezes muito líquidas ou excessivamente sólidas indicam problemas digestivos e possíveis falhas na dieta.
Estado das pastagens: mais folha ou mais talo? O manejo da pastagem pode estar comprometido se houver falhas na reposição adequada do capim.
Infraestrutura da fazenda: um barracão desorganizado, coxos sujos ou cercas mal conservadas são sinais de descuido na gestão.
Equipe e rotina: o comportamento dos funcionários ao chegarem para o trabalho pode indicar problemas de motivação ou insatisfação.

A linha do olho permite identificar problemas rapidamente, sem a necessidade de números ou medições exatas. A intuição e a experiência do gestor fazem toda a diferença nesse processo.

A linha do meio: transformando a percepção em números

A linha do meio é a tradução dos sinais visuais em métricas concretas. Aqui entram os números que ajudam a comprovar o que a linha do olho já havia indicado:

Peso do gado → O ganho de peso médio confirma se os animais estão realmente desenvolvendo bem.
Taxa de prenhez → O toque nas vacas revela a eficiência reprodutiva do rebanho.
Desembolso por hectare → Mede se a fazenda está gastando mais do que deveria.
Previsão de abate → Indica se a programação produtiva está sendo cumprida.

Ou seja, a linha do meio serve para validar a percepção inicial do gestor e embasar decisões estratégicas.

A última linha: o verdadeiro resultado da fazenda

A última linha representa o desempenho financeiro e produtivo final da fazenda. Segundo Chaker, um negócio pecuário eficiente deve garantir um retorno de pelo menos 4% sobre o valor da terra.

Para alcançar esse índice, a linha do meio precisa estar bem ajustada e a linha do olho deve ser precisa e estratégica.

A importância da visão além do alcance

A capacidade de olhar para além do presente e prever cenários futuros é uma habilidade essencial para todo pecuarista. Segundo Chaker, desenvolver essa visão envolve:

Atenção constante aos detalhes do dia a dia na fazenda.
Mensuração correta dos resultados através da linha do meio.
Ajuste das estratégias produtivas para garantir um retorno sustentável.

Se você tiver as três camadas da visão bem calibradas, você terá uma verdadeira visão além do alcance”, reforça Chaker.

Isso significa mais eficiência, mais previsibilidade e mais lucratividade no campo. Serão 12 episódios, abordando desde gestão de processos e pessoas até sucessão e planejamento estratégico. Não perca os próximos episódios de “Dicas do Chaker” e continue descomplicando a gestão na pecuária!

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