Governo Trump: Impacto no Agronegócio Brasileiro

Veja como as políticas de Trump afetam exportações de carne, café e o comércio do agronegócio brasileiro com EUA e China

Por Cleide Assis

Os primeiros dias do segundo mandato de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos já sinalizam mudanças significativas no comércio internacional, especialmente para o agronegócio brasileiro. A postura para muitos protecionistas, aliada à promessa de tarifas elevadas sobre importações, provoca incertezas e ajustes nas estratégias de exportação de produtos agropecuários brasileiros.

Imagem de divulgação

Com o novo cenário, o agronegócio brasileiro enfrenta o desafio de manter as exportações para os Estados Unidos, atualmente o segundo maior destino de produtos agropecuários do país. Em 2024, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), em 2024, as exportações agropecuárias para os EUA somaram US$ 12 bilhões, com destaque para carne bovina, café, celulose e suco de laranja.
Representantes do setor avaliam que produtos essenciais como café e carne bovina podem escapar de medidas protecionistas mais severas, mas as negociações permanecem delicadas.

Já nos primeiros dias, o presidente retomou sua retórica de endurecimento comercial contra a China, indicando a possibilidade de uma nova guerra tarifária entre as duas potências. Vale destacar que se por um lado a exportação para o mercado americano é incerta, essa perspectiva pode beneficiar o Brasil, que se torna uma alternativa natural para produtos como soja, milho e carne bovina no mercado chinês.
Carne Bovina e Café: Desafios e Expectativas

O setor de carne bovina encerrou 2024 com recordes históricos de exportação. Os Estados Unidos foram o segundo maior mercado para a carne brasileira, atrás apenas da China. Apesar do temor de barreiras comerciais, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) mantém uma perspectiva otimista, prevendo expansão para novos mercados, como Japão e Coreia do Sul, em 2025.

A valorização do dólar, provocada pela política fiscal expansionista de Trump, já pressiona economias emergentes como o Brasil. A combinação de dólar mais forte e tarifas comerciais pode resultar em custos operacionais mais elevados para empresas brasileiras, além de impacto na inflação e nos juros internos.
Por outro lado, setores como mineração, siderurgia e petróleo podem encontrar oportunidades. A desvalorização do real e a competitividade das exportações podem beneficiar empresas como Petrobras e Gerdau, especialmente em um cenário de maior demanda americana por commodities.

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