A quarta edição do Prosa de Pecuária, realizada nesta semana, trouxe o tema do carrapato bovino para a pauta. Com o início da primavera, onde as populações do parasita iniciam seus trabalhos de proliferação no campo, o Instituto Desenvolve Pecuária apresentou o assunto para os produtores em live.
O convidado foi o médico veterinário João Ricardo Martins, graduado pela Universidade Federal de Santa Maria, (UFSM), mestre em Parasitologia pela University of Liverpool, Inglaterra, e Doutor em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
No início da live, o painelista mostrou um cenário da pecuária de corte do Brasil. Destacou o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal em relação ao status de livre de febre aftosa sem vacinação, no qual o Rio Grande do Sul foi um dos Estados contemplados. Com dados do Sindan, mostrou também que em 2020 o mercado de antiparasitários em todo o setor de produção de fármacos veterinários foi de 27%, sendo que 51% de todo o mercado veterinário é consumido pelos ruminantes.
Martins relatou o impacto econômico causado pelo parasita, que hoje chega a mais de US$ 3,24 bilhões “Se a gente pensar que isso é a metade do que se exporta em carne anualmente, podemos ter a ideia do impacto deste parasita na pecuária que por si só justificariam medidas essenciais para combater o carrapato”, destacou, acrescentando que altas infestações provocam anemia e altos parasitismos podem levar o animal à morte. “Os animais com altas infestações também têm quatro vezes mais chances de ter bicheiras”, ressaltou, citando estudos acadêmicos em relação ao tema.