Oferta alta pressiona arroba do boi, mas exportações seguem sustentando o setor

Com avanço nas escalas de abate em importantes regiões pecuárias, preços do boi gordo recuaram. Apesar disso, desempenho das exportações impede quedas mais acentuadas.

Por Cleide Assis

A última semana foi marcada por pressão nas cotações da arroba do boi gordo, principalmente nas praças de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Segundo analistas, a oferta de animais prontos para abate aumentou com a passagem de uma frente fria, o que levou os frigoríficos a alongarem as escalas e impôs recuo nos preços.

Foto: Divulgação | Canal do Criador

“O clima favoreceu a disponibilidade de bois terminados, o que se refletiu nas escalas e nas negociações”, explica Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado. Estados como Rondônia e Goiás também registraram avanço nos abates, contribuindo para a tendência de queda.

Cotações da arroba em 27 de junho (negociação a prazo):

  • São Paulo (capital): R$ 317,33 (queda de 0,8%)

  • Goiás (Goiânia): R$ 297,14 (queda de 2,6%)

  • Minas Gerais (Uberaba): R$ 303,82 (queda de 0,3%)

  • Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 315,00 (queda de 1,6%)

  • Mato Grosso (Cuiabá): R$ 322,70 (alta de 0,8%)

  • Rondônia (Vilhena): R$ 285,00 (estável)

O mercado atacadista também sentiu o impacto da menor reposição entre o varejo e os distribuidores. Em um cenário típico da segunda quinzena do mês, os consumidores brasileiros priorizam proteínas mais baratas, como frango, ovos e embutidos.

Variação nos cortes bovinos:

Exportações seguram o mercado

Apesar da pressão interna, as exportações brasileiras de carne bovina continuam em alta e funcionam como alicerce para o mercado. Em junho, até o dia 27, o Brasil embarcou mais de 168 mil toneladas de carne fresca, refrigerada ou congelada.

Balanço parcial de junho (dados da Secex):

Em comparação com junho de 2024, houve crescimento de:

O que esperar?

A expectativa para os próximos dias é de que os preços continuem oscilando, com leve tendência de baixa, caso o consumo interno não reaja e a oferta de boiadas siga elevada. No entanto, o bom desempenho das exportações ainda é a principal âncora de sustentação do mercado.

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