SAÚDE ANIMAL
Primavera favorece infestação do carrapato-do-boi
95% da população geral da praga se estabelece nas pastagens e apenas 5% nos animais.
Com a chegada da primavera, as chuvas costumam ser frequentes nos fins de tarde ou no período noturno e vão se intensificando à medida que o verão se aproxima. Esse maior volume de água impacta diretamente na agropecuária, e os produtores devem se preparar para o aumento da infestação de pragas. O que muitos não sabem, é que a maior parte da distribuição dos carrapatos se encontram no ambiente: 95% da população geral se estabelece nas pastagens e apenas 5% nos animais.
Segundo a Decoy Smart Control, desenvolvedora de soluções biológicas para controle de pragas, o clima quente e úmido favorece o ciclo de parasitas, tornando-se o cenário ideal para o desenvolvimento de carrapatos, um dos maiores inimigos dos pecuaristas brasileiros.
“A multiplicação ocorre mais rapidamente, sendo um alerta aos produtores. Com a chegada das chuvas, estes parasitas aumentam a infestação nos animais e contaminam o ambiente com maior facilidade”, pontua Túlio Nunes, biólogo e CTO da startup.
Segundo o especialista, as condições ambientais encontradas no período das chuvas favorecem diretamente o desenvolvimento dos carrapatos. “Com as fêmeas já fecundadas, é o melhor cenário para se desprender dos animais e liberar os ovos no solo. Ao mesmo tempo, as condições ambientais facilitam a eclosão das larvas, provenientes dos ovos depositados nas pastagens”, explica.
Cada fêmea pode colocar até três mil ovos e, com condições favoráveis e tratamento ineficaz, o parasita pode aumentar gravemente os danos no rebanho. A primeira orientação é se preparar para manejar corretamente os animais e a pastagem. Assim, os erros no manejo são mitigados, prezando pelo bem-estar do rebanho. É importante salientar que o desenvolvimento de cada geração sofre impacto direto da anterior. Tomar as medidas corretas desde o início impede o crescimento da infestação e torna o controle mais eficiente.
De acordo com o biólogo, as alternativas de combate encontradas pelos produtores no mercado são agentes químicos que, independentemente da apresentação, possuem ação agressiva. Os produtos são extremamente tóxicos, tanto para quem manipula, quanto para o animal e o meio ambiente. “Além disso, o uso excessivo durante muitos anos aumentou a resistência da praga, implicando em dosagens maiores e em períodos cada vez mais curtos, deixando as soluções sem efetividade”, explica.
Para o especialista, o controle biológico é um importante aliado da pecuária. Já utilizado há anos na agricultura, passou a ser uma opção viável para o setor. “O controle biológico é uma técnica utilizada para combater espécies nocivas, reduzindo os prejuízos causados por elas. A tecnologia consiste em controlar pragas e insetos transmissores de doenças por meio do uso de seus inimigos naturais”, destaca.
A Decoy desenvolveu um tratamento contra o carrapato-do-boi baseado na tecnologia. São dois produtos: um para ser aplicado no rebanho e outro na pastagem. As soluções têm como princípio ativo esporos de fungos, inimigos naturais dos carrapatos. Quando distribuídos no gado e no ambiente, entram em contato com o parasita, germinam e se desenvolvem, levando-o à morte em poucos dias.
“O produto não deixa resíduos no leite e na carne e pode ser utilizado em todo o rebanho, inclusive em vacas prenhes e bezerros”, completa Nunes. “Além disso, a solução não é tóxica para humanos, e nem para os animais, e, como se trata de um inimigo natural dos ectoparasitas, não há problemas com resistência ao seu método de controle”, ressalta.
Enquanto aguarda a aprovação de documentos junto ao MAPA para iniciar a comercialização, a Decoy estabeleceu um programa de parcerias com pecuaristas. “Disponibilizamos as soluções aos produtores e eles fornecem informações sobre o tratamento, além de uma ajuda de custo para o desenvolvimento das pesquisas. Até agora, temos mais de mil associações em todo o Brasil”, conta Nunes.
Para o biólogo, tratar os animais – assim como as infestações em pasto – de forma planejada é a melhor forma de reduzir o problema. “Quando ainda está no início, os impactos são menores. Por meio de um controle assertivo, o rebanho fica livre dos carrapatos e pronto para expressar a melhor produtividade”, finaliza.
Fonte: Assessoria Decoy