A praga comum em todas as regiões do país, juntamente com outros coleópteros que ocorrem na soja, a Cerotoma arcuata, também conhecida como vaquinha-preta-e-amarela, merece atenção por parte do produtor. Este inseto é um polífago, que se alimenta de uma ampla variedade de fontes, causando prejuízos em muitas culturas como da oleaginosa, feijoeiro, caupi e cucurbitáceas, e também são observados em áreas de cultivo do algodoeiro.
O alerta da doutora em entomologia e pesquisadora da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), Lucia Vivan, é principalmente por conta do aumento na incidência dessa espécie durante os últimos anos, especialmente na região médio norte de Mato Grosso. “Nos municípios de Sorriso, Lucas do Rio Verde e áreas próximas, por exemplo, há relatos de altas infestações no ciclo da soja, com danos em estruturas reprodutivas importantes”, aponta.
A especialista destaca que a atenção, contudo, deve ser de toda a classe produtora, já que a vaquinha-preta-e-amarela não é um problema só dos produtores mato-grossenses. Além disso, é válido lembrar que a praga atinge maior densidade populacional no final da floração, mantendo-se até o enchimento de grãos e final do ciclo. Lucia conta que essa espécie, na fase larval, alimenta-se de raízes e nódulos nitrificadores, podendo limitar a fixação de nitrogênio em até 45%.
“Os adultos reduzem a parte aérea, pois consomem cotilédones, folhas, órgãos reprodutivos, como as vagens nos estádios R3, R4 e início de R5, assim, dependendo do estádio de desenvolvimento da soja podem provocar perdas significativas, principalmente em cultivares de desenvolvimento semi-determinado e indeterminado”, explica a pesquisadora.