SAÚDE ANIMAL

Resistência parasitária em equinos exige manejo estratégico e diagnóstico preciso

Especialistas alertam para aumento da resistência parasitária em equinos e reforçam a importância do controle racional e de práticas preventivas no campo

Por Cássia Carolina

A resistência parasitária em equinos tem se tornado um desafio crescente para criadores, veterinários e profissionais ligados à equinocultura. A condição ocorre quando os vermes desenvolvem mecanismos que reduzem ou anulam a eficácia dos antiparasitários, comprometendo o controle das infestações e afetando diretamente o bem-estar e o desempenho dos cavalos.

Resistência parasitária em equinos exige manejo estratégico e diagnóstico preciso

FOTO: Divulgação l Zoetis

Estudos apontam que até 98% dos cavalos no Brasil apresentam algum grau de infestação por vermes gastrintestinais, revelando a dimensão do problema. Esses parasitas prejudicam a absorção de nutrientes, provocam perda de peso, pelagem opaca, diarreia recorrente e queda no rendimento em atividades esportivas e de trabalho. Em casos mais graves, podem causar cólicas, fraqueza generalizada e até a morte do animal.

Segundo Chester Batista, gerente técnico da Zoetis Brasil, o fenômeno da resistência parasitária tem aumentado nas propriedades e haras do país.

“Quando os antiparasitários deixam de ter o efeito esperado, todo o sistema produtivo e o bem-estar dos animais são impactados. Por isso, o foco hoje deve estar na prevenção, no diagnóstico preciso e no uso estratégico dos produtos, sempre com orientação técnica”, explica o especialista.

Além do uso racional de medicamentos, o manejo adequado é decisivo para reduzir a carga parasitária no ambiente e evitar a disseminação das verminoses. Medidas como rotação de pastagens, higiene de baias e piquetes, controle da lotação animal e monitoramento constante por exames de fezes (OPG) são fundamentais para preservar a saúde intestinal dos cavalos.

Produtos de ação prolongada, como os vermífugos de amplo espectro, também auxiliam no manejo estratégico, diminuindo a frequência de aplicações e favorecendo o equilíbrio do trato digestivo.

“O futuro do controle parasitário depende da responsabilidade coletiva. É preciso evitar o uso indiscriminado de medicamentos e investir em diagnósticos precisos, para prolongar a eficácia dos tratamentos e garantir a saúde dos equinos”, reforça Batista.

Impactos na produtividade e no bem-estar animal

A resistência parasitária representa uma ameaça direta ao desempenho dos animais e à sustentabilidade da cadeia produtiva. Com a equinocultura movimentando cerca de R$ 30 bilhões por ano no Brasil, o problema tem implicações econômicas significativas, afetando desde criadores de cavalos de elite até produtores que utilizam equinos para trabalho no campo.

Garantir o controle integrado de parasitas é, portanto, uma das principais estratégias para manter a eficiência produtiva, reduzir perdas e assegurar o bem-estar animal, pilares essenciais para uma pecuária moderna e sustentável.

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