MERCADO INTERNACIONAL
Setor teme colapso com tarifa de 50% dos EUA sobre carne bovina
Abiec alerta que medida eleva custos e ameaça presença da carne brasileira no mercado norte-americano

Foto: Divulgação l Isac Nóbrega/PR
A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos importados, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump, acende um alerta no setor de carnes brasileiro, conforme divulgado pela Agência Brasil. A medida, caso implementada, poderá inviabilizar a exportação de carne bovina para os EUA, afetando diretamente um dos principais destinos da proteína nacional.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o novo imposto tornaria o custo da carne brasileira tão elevado que retiraria sua competitividade no mercado americano. A entidade alerta que barreiras comerciais motivadas por disputas geopolíticas podem comprometer o abastecimento global de alimentos e a segurança alimentar internacional.
Impacto da tarifa dos EUA na exportação e na cadeia produtiva
A exportação de carne bovina é uma das principais fontes de receita do agronegócio brasileiro, movimentando bilhões de dólares por ano. O bloqueio ou encarecimento do acesso ao mercado dos Estados Unidos forçaria uma reestruturação da logística de distribuição, aumento da oferta em outros mercados e possível pressão nos preços internos.
Além disso, a medida pode afetar desde os grandes frigoríficos até os pecuaristas de base, impactando empregos, renda no campo e investimentos em genética, bem-estar animal e rastreabilidade.
Setor busca diálogo para evitar prejuízos
A Abiec defende a retomada do diálogo com os Estados Unidos e reforça a disposição para negociar alternativas que evitem prejuízos tanto aos exportadores brasileiros quanto aos consumidores americanos.
“Estamos dispostos ao diálogo, de modo que medidas dessa natureza não gerem impactos para os setores produtivos brasileiros nem para os consumidores americanos, que recebem nossos produtos com qualidade, regularidade e preços acessíveis”, afirmou a associação em nota.
A entidade também reforçou a importância de preservar relações comerciais estáveis e de não transformar disputas políticas em entraves para o comércio agropecuário global.