INVESTIGAÇÃO
Sobe para 238 o número de mortes de equinos por uso de ração
Mapa reforça vínculo entre mortes de equinos e rações da Nutratta Nutrição Animal

Foto: Divulgação l Wirestock
Subiu para 238 o número de equinos mortos após o consumo de rações produzidas pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda. A informação foi confirmada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que vem ampliando as investigações desde a primeira denúncia registrada oficialmente em 26 de maio deste ano. Até o último dia 5, 222 mortes haviam sido confirmadas, conforme divulgado pelo nosso site.
Mortes se concentram em animais que consumiram os produtos
Segundo o Mapa, os casos confirmados foram registrados em propriedades de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas. Em todos os locais, os animais que adoeceram ou vieram a óbito haviam consumido produtos da Nutratta. Já os equinos que não ingeriram a ração permaneceram saudáveis, mesmo dividindo o mesmo espaço.
O Ministério também apura novas ocorrências em outras localidades, embora nem todas tenham sido formalmente comunicadas via Ouvidoria, o que dificulta a apuração oficial. Entre os relatos recebidos:
- 40 mortes no sudoeste da Bahia
- 70 em Goiânia (GO)
- 34 em Jarinu (SP)
- 10 em Santo Antônio do Pinhal (SP)
- 18 em Uberlândia (MG)
- 8 em Guaranésia (MG)
- 8 em Jequeri (MG)
- 7 em Mariana (MG)
Substância tóxica e suspensão das atividades
Durante a apuração, foram detectados alcaloides pirrolizidínicos em amostras coletadas das rações. Essas substâncias são tóxicas e incompatíveis com a segurança alimentar animal. Diante das irregularidades, o Mapa instaurou processo administrativo, lavrou auto de infração e determinou a suspensão cautelar da fabricação e comercialização de rações destinadas a equídeos.
Posteriormente, a suspensão foi ampliada para rações de todas as espécies animais, medida que ainda está em vigor. A empresa foi notificada a recolher os lotes afetados, mas até agora não apresentou documentação que comprove a conclusão do recolhimento.
Apesar das medidas, uma decisão judicial recente autorizou parcialmente a retomada da produção, limitada às rações que não são destinadas a equídeos. O Mapa, no entanto, recorreu da decisão, apresentando novas evidências técnicas que apontam o risco sanitário e defendem a manutenção das restrições preventivas.
Denúncias devem ser feitas pela Ouvidoria
O Ministério reforça que todas as denúncias devem ser formalizadas por meio da Ouvidoria oficial, que é o canal responsável por registrar e acompanhar os casos. Tutores, criadores e médicos veterinários são orientados a colaborar com o envio de informações para fortalecer a apuração.