PECUÁRIA E INVESTIMENTO

Centro-Oeste lidera valorização das terras de produção voltadas à pecuária no Brasil

Com alta na demanda global por alimentos, terras de produção com foco na pecuária se valorizam e atraem investidores no Centro-Oeste e Matopiba

Por Cássia Carolina

O mercado brasileiro de terras de produção voltadas à pecuária vive um momento de alta. Impulsionado pelo fortalecimento das relações comerciais com a China e pelo aumento global da demanda por alimentos, o país se consolida como destino estratégico para investidores do agro.

Centro-Oeste lidera valorização das terras de produção voltadas à pecuária no Brasil

FOTO: Reprodução l Chãozão

Segundo dados do Chãozão, maior plataforma de compra e venda de imóveis rurais do país, há atualmente 3.441 propriedades com aptidão pecuária disponíveis. Os preços variam de R$ 1.000 a R$ 413.223 por hectare, de acordo com o Índice Chãozão.

“As diferenças de preços estão relacionadas à localização, infraestrutura, características do solo e topografia. Mas a valorização recente está diretamente ligada ao impacto da procura dos chineses no mercado imobiliário rural brasileiro”, afirma Geórgia Oliveira, CEO do Chãozão.

Centro-Oeste se destaca pela produtividade e sustentabilidade

Em 2024, o Mato Grosso liderou o rebanho bovino nacional com 32,9 milhões de cabeças, seguido por Goiás (23,2 milhões) e Mato Grosso do Sul (18,5 milhões). Esses números reforçam a força da pecuária regional, aliada à adoção de tecnologias como o ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), sistema que melhora a eficiência produtiva, reduz impactos ambientais e garante conforto térmico aos animais.

“Mais do que quantidade, o Centro-Oeste tem avançado em sustentabilidade e inovação, com Guias de Bem-Estar Animal e projetos de rastreabilidade bovina alinhados a padrões internacionais”, destaca Geórgia.

Além do Centro-Oeste, cresce o interesse por áreas localizadas no Matopiba, região que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Com terras ainda em processo inicial de valorização, o Matopiba vem atraindo investidores interessados em ativos produtivos com potencial de crescimento. Essas regiões oferecem solo fértil, disponibilidade hídrica e custos ainda competitivos, fatores que impulsionam a expansão da pecuária e da agricultura integrada.

Os Estados com mais imóveis rurais para pecuária à venda:

São Paulo (Sudeste) – 1080
Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste) – 622
Goiás (Centro-Oeste) – 430
Mato Grosso (Centro-Oeste) – 415
Minas Gerais (Sudeste) – 303
Tocantins (Norte) – 290

Os municípios com mais fazendas para pecuária à venda:

Itapetininga (SP) – 92
São José dos Campos (SP) – 67
Paraibuna (SP) – 50
Camapuã (MS) – 49
Ribas do Rio Pardo (MS) – 43
Angatuba (SP) – 37
Cocalinho (MT) – 34
Paranatinga (MT) – 33

Investimentos em terras de produção reforçam papel estratégico do Brasil

Com o cenário favorável, investidores nacionais e internacionais vêm buscando oportunidades em ativos produtivos, seja para diversificação de portfólio, seja para atender à crescente demanda global por alimentos.

Segundo estudo da Cargill, 80% do crescimento do consumo de alimentos no mundo nos próximos 20 anos será atendido por ingredientes produzidos no Brasil. A projeção mostra que oito em cada dez pratos adicionais consumidos globalmente terão origem brasileira, com forte presença da carne bovina.

A convergência entre a demanda mundial por alimentos e o aumento do interesse internacional por terras produtivas reforça o papel do Brasil como ativo estratégico. A valorização das terras de produção, especialmente em regiões com infraestrutura consolidada, posiciona o país como destino relevante para o capital global.

“O cenário indica que o Brasil não apenas alimentará grande parte do mundo no futuro, como também será protagonista nas decisões geopolíticas ligadas à segurança alimentar”, ressalta Geórgia Oliveira.

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