SAÚDE DE EQUINOS
Úlceras gástricas em equinos: como prevenir e tratar o problema
Estresse, alimentação inadequada e uso de anti-inflamatórios estão entre as causas da síndrome que afeta o desempenho e o bem-estar dos cavalos
FOTO: Divulgação l Ceva Saúde Animal
Comum entre cavalos atletas e animais em manejo intensivo, a úlcera gástrica em equinos é uma condição multifatorial que compromete o bem-estar e a performance dos equinos. Estresse, jejum prolongado, dietas inadequadas e o uso contínuo de anti-inflamatórios estão entre os principais gatilhos da doença.
Segundo a médica-veterinária Camila Senna, coordenadora técnica de equinos da Ceva Saúde Animal, o problema ocorre quando há desequilíbrio entre os fatores agressores, como ácido clorídrico, pepsina e ácidos biliares, e os mecanismos naturais de proteção do estômago dos cavalos.
Como se formam as lesões?
O estômago dos equinos é dividido em duas regiões: a parte aglandular, mais sensível por não possuir defesas contra o ácido, e a parte glandular, que conta com proteção fisiológica. A alimentação intermitente, períodos de jejum, dietas com pouca fibra, confinamento, transporte frequente e competições intensas favorecem o surgimento de lesões na mucosa gástrica.
Além disso, o uso prolongado de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) compromete a produção de prostaglandinas, substâncias que ajudam a proteger a mucosa, agravando o risco de úlceras gástricas em equinos.
Sinais que merecem atenção
De acordo com Camila, os sintomas podem variar de leves a severos. “Alterações no comportamento, redução do apetite, perda de peso, queda no desempenho, ranger de dentes, salivação excessiva, desconforto abdominal e episódios recorrentes de cólica são sinais comuns”, explica. Em potros, também é comum observar inquietação durante a alimentação e deitar-se após mamar.
FOTO: Reprodução l IHeart Horses
Estratégias de prevenção
A melhor forma de prevenir as úlceras gástricas em equinos é garantir um manejo alimentar adequado. “Cavalos são animais adaptados ao pastejo contínuo. Por isso, o fornecimento de feno ou pastagem de boa qualidade ao longo do dia é essencial”, afirma a veterinária.
Outras medidas preventivas incluem:
- Fracionamento das refeições;
- Redução de concentrado na dieta;
- Inclusão de alfafa, que tem maior capacidade tamponante;
- Minimização de fatores estressantes;
- Garantia de tempo ao ar livre e recreação.
Tratamento com foco na cicatrização
Quando as lesões já estão presentes, o tratamento medicamentoso é necessário. O omeprazol é o fármaco mais indicado, por ser um inibidor da bomba de prótons que reduz a secreção ácida e favorece a cicatrização.
A formulação em pasta oral específica para equinos, como o Gastrozol Pasta, facilita a administração e assegura eficácia terapêutica. “O uso é especialmente indicado para animais atletas, que vivem sob constante estresse”, reforça Camila.
O tratamento deve ser acompanhado por um médico-veterinário e estar associado a melhorias no ambiente e na nutrição, formando uma abordagem integrada para restaurar a saúde gástrica dos cavalos.