PECUÁRIA SUSTENTÁVEL
Estudos apontam viabilidade econômica de sistemas sustentáveis no campo
Pesquisa da Embrapa e do Banco Mundial mostra ganhos produtivos e financeiros para agricultores e pecuaristas

FOTO: Divulgação l Breno Lobato
A adoção de sistemas sustentáveis de produção na Amazônia e no Cerrado não é apenas viável, mas também rentável. É o que mostra uma síntese elaborada por pesquisadores da Embrapa em parceria com o Banco Mundial, divulgada nesta terça-feira (16/9).
O estudo reuniu evidências econômicas de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e de Sistemas Agroflorestais (SAFs). Os resultados apontam que, além dos benefícios ambientais, esses modelos trazem maior retorno financeiro para agricultores e pecuaristas quando comparados aos sistemas tradicionais.
ILPF e SAFs: produtividade e conservação
A ILPF integra lavoura, pecuária e floresta em uma mesma área, promovendo sinergia entre os componentes do agroecossistema. Isso resulta em maior produtividade, uso mais eficiente da terra e menor necessidade de abertura de novas áreas.
Já os SAFs, voltados principalmente à agricultura familiar, associam árvores frutíferas ou madeireiras com cultivos de ciclo curto, como mandioca e grãos. Além de diversificar a produção, fortalecem a geração de renda local e demandam mão de obra intensiva.
Impactos para a pecuária
Segundo o economista agrícola do Banco Mundial, Leonardo Bichara Rocha, o levantamento é um marco por demonstrar que os sistemas sustentáveis oferecem ganhos econômicos diretos ao produtor. Para o pesquisador da Embrapa Acre, Judson Valentim, os dados devem subsidiar políticas públicas e ampliar o acesso a crédito rural, como o Plano Safra da Agricultura Familiar.
“Essas informações comprovam que os sistemas de produção sustentáveis têm potencial de adoção por pequenos, médios e grandes produtores, trazendo mais rentabilidade e segurança ao pecuarista”, destaca Júlio César dos Reis, da Embrapa Cerrados.
O que dizem os estudos
A análise comparou propriedades em Mato Grosso, Rondônia e Pará, com diferentes arranjos de ILPF, Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e SAFs. Em todos os casos, os resultados mostraram maiores ganhos produtivos, resiliência climática e geração de empregos.
Com 60% do território nacional inserido na Amazônia, os pesquisadores reforçam a necessidade de expandir esses modelos, garantindo equilíbrio entre produção, conservação ambiental e renda no campo.