ABCZ diz que produtos de base vegetal não podem ser chamados de ‘carne’ e ‘leite’
A Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) se manifestou contrária ao uso das palavras ‘carne’ e ‘leite’ para os produtos integralmente vegetais, popularmente conhecido como planted based. Em comunicado divulgado nesta sexta, 6, a entidade afirma que o posicionamento é uma resposta sobre uma consulta pública promovida pelo ministério da Agricultura sobre os produtos com base vegetal.
- Carne de origem vegetal é insuficiente para substituir nutrientes de proteína animal, diz pesquisa
- Entidades defendem regulação dos produtos processados de base vegetal
“Temos percepção clara de que o uso impróprio dessas palavras traduz-se em propaganda enganosa perante os consumidores, ao fazer crer que estão ingerindo substâncias com as mesmas propriedades organolépticas e nutricionais, quando na verdade estudos demonstram que são díspares”, diz o comunicado que é assinado pelo presidente da entidade, Rivaldo Machado Borges Júnior.
Para evidenciar a diferenciação entre as proteínas animais e aquelas de origem vegetal, a ABCZ cita um estudo científico, publicado pela revista Nature, em julho deste ano. Segundo o comunicado, o estudo conclui que o perfil metabólico entre a carne bovina e os “plant based” diferem-se em 90%, pois dos 190 metabólitos analisados apenas 19 são comuns, não sendo possível defender nutricionalmente que se possa substituir um produto por outro, ou que sejam intercambiáveis, como a nomenclatura pretendida de “carne vegetal”, “leite vegetal” ou “ovo vegetal” deixa entender.
“O posicionamento contrário da ABCZ à tal medida representa nosso respeito e nossa defesa ao trabalho dos mais de 23 mil associados, cujo fomento e produção atingem mais de 80% do rebanho bovino nacional, com produção estimada em 2020 de 10,5 milhões de toneladas de carne bovina e 24,5 milhões de toneladas de leite”.
A nota pede que o Mapa não aceite os nomes para os produtos planted based, para “cumprir o seu papel de proteger a saúde dos consumidores e de defender a posição – louvável – de liderança do Brasil no mercado mundial de proteína animal”.
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