Aves e suínos: criadores de MT estão entre plantar milho e diminuir plantel
A produção de milho em Mato Grosso deve cair 1,3% em relação à safra passada, totalizando 34,97 milhões de toneladas, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Na contramão, a demanda pelo cereal deve crescer 16,33%, chegando a 11,57 milhões de toneladas.
De acordo com o gestor de Inteligência de Mercado do Imea, Cleiton Gauer, a expectativa era de um crescimento de quase 18% na demanda frente à temporada 19/20, mas houve um ajuste. “Basicamente, esse reajuste foi puxado pela reorganização das expectativas de demanda para o esmagamento de milho, e também pelo consumo interno para a alimentação animal”, conta. Gauer diz que com a valorização do cereal em Mato Grosso, pecuaristas têm procurado alternativas para a ração.
- Chuva deve abandonar o milho segunda safra em fase crítica
- Milho pode ter vazio sanitário para controlar cigarrinha e enfezamento
Com mais de 45% das lavouras semeadas fora da janela ideal e sob risco climático, a projeção para a produtividade média das plantações do estado foi reajustada para baixo. “Ainda seria a maior safra da história, mas a gente sabe que tem a maior parte desse milho comercializado, então é importante acompanhar e monitorar esse clima para as próximas semanas”, diz Daniel Latorraca, superintendente do Imea.
Custo do milho preocupa setor de proteína animal
A nova projeção preocupa o setor de proteína animal do estado. A avicultura já sente os reflexos no custo de produção e pode diminuir a oferta de carne e ovos ao consumidor. “O milho já está em R$ 80 a saca na média. No ano passado, estava R$ 40. Só que no ano passado, o ovo estava em R$ 80/R$ 90 a caixa. Hoje, ainda a R$120/R$ 130. Teoricamente a caixa de ovo era para estar entre R$ 150 e R$ 170”, diz o vice-presidente da Associação Mato-Grossense de Avicultura (Amav), Tarcísio Schroeter.
Por conta disso, as granjas estariam tomando prejuízo e a única solução é diminuir a produção. “Vai reduzir plantel de frango de corte, de aves de postura, e o mercado vai ter que se adequar. A nossa esperança é que tenha mais oferta de milho, continuando a chuva em abril e maio pelo menos”, diz.
A suinocultura também sofre os impactos da valorização do cereal e teme falta do produto no mercado interno, segundo o presidente executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues. Alguns produtores já cogitam arrendar áreas para cultivar o cereal e garantir o alimento dos animais.
“O governo federal não tem mais estoque de milho, e nem vai mais fazer estoque de milho pela Conab. Provavelmente o custo de produção deve aumentar um pouco mais ainda em função dessa falta. Achar esse milho no mercado está sendo difícil já, e o produtor descapitalizado como está, se não houver um entendimento entre governo e produtores, para que se organizem para ter esse milho, para comprar antecipado, isso vai dar um impacto muito grande em um curto espaço de tempo. Provavelmente nós teremos produtores principalmente os pequenos que devem sair da atividade em função desse custo tão alto”, diz.
VEJA TAMBÉM
Carne suína: exportações atingem 84,881 mil toneladas em novembro
As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 217,090 milhões em novembro (20 dias úteis), com média diária de US$ 10,854 milhões. –
Leia MaisCarne bovina: exportação atinge 148,843 mil toneladas em novembro
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 778,047 milhões em novembro (20 dias úteis), com média diária de US$ –
Leia MaisCarnes: exportação de aves atinge 346,708 mil toneladas em novembro
As exportações de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas do Brasil renderam US$ 718,020 milhões em novembro (20 dias úteis), –
Leia MaisCarne bovina: Angus vai aos Emirados Árabes prospectar novos mercados
Com a crescente valorização da carne premium no Oriente Médio, a Associação Brasileira de Angus vai a Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, prospectar novos –
Leia MaisBoi: preço médio mensal é o menor desde de outubro de 2019
Os preços médios do boi gordo recuaram ao longo de novembro na maior parte das praças acompanhadas pelo Cepea, pressionados sobretudo pela maior oferta de –
Leia MaisSuínos: competitividade de carne suína diminui
Enquanto os preços médios da carne suína registraram alta de outubro para novembro, os da proteína bovina apresentaram pequena elevação, e os do frango, queda. –
Leia MaisBoi: relação de troca é a pior do ano ao terminador
Os preços médios do boi gordo vêm operando abaixo de R$ 300 desde a última semana de outubro, pressionados sobretudo pela maior oferta de animais –
Leia MaisCarne bovina: valor das exportações na Argentina sobe 7,2% em outubro na comparação anual
O valor das exportações do complexo bovino na Argentina subiu 7,2% em outubro na comparação anual, com US$ 295,8 milhões, segundo dados do Conselho Agroindustrial –
Leia MaisSuínos: poder de compra do suinocultor avança em novembro
Os preços do suíno vivo recuaram na primeira semana de novembro, mas se sustentaram nas semanas seguintes, tendo como suporte o ligeiro aquecimento na demanda. –
Leia MaisCarne suína: exportações atingem 57,926 mil toneladas em novembro
As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 149,429 milhões em novembro (12 dias úteis), com média diária de US$ 12,452 milhões. –
Leia Mais