Boi gordo: animais de confinamento devem manter oferta elevada até o fim do ano
Os gados terminados em confinamento têm resultado em aumentos nas escalas de abates e a melhora na demanda doméstica tem sustentado os preços do boi gordo desde o segundo quadrimestre 2021. No entanto, a confirmação dos dois casos atípicos do ‘mal da vaca louca’ em Mato Grosso e Minas Gerais, somado a suspensão automática das exportações para a China, trazem pressões as cotações, de acordo com relatório trimestral divulgado pelo Rabobank.
- Contratos futuros do boi gordo se recuperam após manifestação da OIE
- Arábia Saudita proíbe importação de cinco frigoríficos do Brasil
Em agosto, o preço do boi gordo teve leve queda de 1,1% em comparação a julho, mas ainda estão 38% maiores em relação a agosto 2020. A produção de carne bovina no segundo quadrimestre de 2021 melhorou em 8% em comparação aos quatro primeiros meses deste ano, o que permitiu a extensão das escalas de abate, mas no acumulado do ano a produção está 4% menor, em peso. Os animais terminados em confinamento devem manter a oferta crescente até o final do ano acompanhando a recuperação, mesmo que mais lenta e sazonal, do que o consumo doméstico. Vale lembrar que o ritmo contínuo de valorização da carne de frango tem melhorado a competitividade da carne bovina.
Projeção de exportações aquecidas
As exportações brasileiras de carne bovina em agosto foram recordes, em 210 mil toneladas. Isso porque, China, Estados Unidos e Chile, que juntos representam 57% dos embarques, registraram o maior volume mensal comprado neste ano. A China, pela primeira vez ultrapassou a marca de 100 mil toneladas importadas em um mês. Vale lembrar que a chegada do feriado da Golden Week (1 a 7 de outubro) sazonalmente elevam as compras chinesas devido à melhora na demanda interna.
No acumulado dos oito primeiros meses, o volume embarcado está 1,5% menor que o mesmo período do ano passado, mas em faturamento, os repasses da valorização do preço do boi vivo para os importadores refletiram em aumento de 15% no mesmo comparativo.
Ainda de acordo com o Rabobank, as exportações para o mercado asiático devem se manter aquecidas até o final do ano quando são feitas as compras para o feriado do ano novo chinês. A aceleração das vacinações, flexibilização das medidas de isolamento, manutenção do pacote de ajuda emergencial pelo menos até outubro e a proximidade das estações mais quentes têm apoiado o consumo doméstico de carne bovina, que deve apresentar crescimento contínuo (mas limitado) até o final do ano. Mesmo assim, as expectativas são de queda de produção de 3%, em peso, com relação ao ano anterior.
VEJA TAMBÉM
Suínos: competitividade da carne suína cresce frente à bovina, mas cai frente à de frango
As carnes suína, de frango e bovina comercializadas no atacado da Grande São Paulo vêm registrando desvalorizações nesta parcial de janeiro. Porém, o movimento de –
Leia MaisCarne suína: importações da China em 2022 somam 1,76 milhão de toneladas
De acordo com dados de alfândega da China, divulgados nesta quarta-feira, as importações de carne suína de dezembro de 2022 ficarem em 200.000 toneladas, alta –
Leia MaisCarnes: Argentina implementa limite máximo de peso para trabalhadores
A Argentina implementou um limite de que cada trabalhador pode carregar apenas uma peça de carne, pesando no máximo 32 quilos. A medida foi tomada –
Leia MaisCarne bovina: abates no Mato Grosso crescem 5,85% em 2022
De acordo com o Indea, em 2022, o Mato Grosso registrou incremento de 5,85% no número de bovinos abatidos ante a 2021. No acumulado de –
Leia MaisCarne bovina: exportações no Mato Grosso atingem 605,44 mil t em equivalente carcaça
Em Mato Grosso, foram movimentadas 605,44 mil toneladas em equivalente de carcaça, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Já em receita, –
Leia MaisCarne de frango: C.Vale aborda sanidade da proteína
As boas condições de sanidade da avicultura nacional, ou seja, a ausência de doenças como a influenza aviária permitem que o Brasil se coloque como –
Leia MaisCarnes: Paraguai busca abrir novos mercados em 2023
O Ministério das Relações Exteriores do Paraguai, juntamente com as autoridades do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Animal, busca finalizar a abertura de novos –
Leia MaisBoi: exportações somam quase 2 milhões de toneladas em 2022
O Brasil escoou ao mercado externo volume recorde de carne bovina in natura em 2022. Segundo pesquisadores do Cepea, além da aquecida demanda chinesa, os –
Leia MaisSuínos: baixa procura resulta em queda em preço
Após a intensa valorização do animal vivo e da carne em dezembro de 2022, os preços do suíno no mercado independente vêm registrando forte queda –
Leia MaisCarne suína: exportações atingem 21,298 mil toneladas em janeiro
As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 53,144 milhões em janeiro (5 dias úteis), com média diária de US$ 10,628 milhões. –
Leia Mais