A falta de oferta empurrou os preços do boi gordo no Brasil para território positivos, após o recorde temporário registrado em novembro de 2020, segundo informações do Rabobank, que divulgou relatório referente ao primeiro trimestre de 2021. Conforme o Analista Sênior – Proteína Animal do Rabobank, Angus Gidley-Baird, os preços em janeiro de 2021, R$ 289,01 por arroba estão 49,7% mais altos no ano. O normal aumento sazonal da oferta de gado, que começa em janeiro, tem sido atrasado com as chuvas abaixo da média. Além disso, o planejamento do abate das indústrias, que é ainda mais curto do que no mesmo período do ano passado, significa que os compradores estão tendo que oferecer melhores preços para cumprir seus compromissos.
Angus afirma que essa valorização de preços vem perdendo força nas últimas semanas devido à demanda doméstica mais fraca e à queda nas exportações de janeiro. A segunda onda de Covid-19 apresentou taxas de infecção mais altas do que a primeira onda e o fechamento parcial do setor de foodservice agravou a situação de menor demanda doméstica. O banco não acredita que ocorra aumentos significativos na oferta até março e abril e, com isso, os preços devem se manter em patamares elevados no curto prazo.
O Rabobank sinaliza que as exportações do Brasil fecharam 2020 com novo recorde (2,01 milhões de toneladas), aumento de 9% em volume e de 12% em valor. A China foi a maior importadora, com 43% do total, seguido de Hong Kong e Egito.
Para todo o ano de 2021, o banco espera uma forte queda na produção em relação a 2019. As chuvas também impactaram negativamente a colheita de grãos e os preços futuros já estão acima do primeiro semestre de 2020. Na avaliação do Rabobank, isso vai reduzir a atratividade dos sistemas de confinamento, pelo menos na primeira etapa.