Caso das ‘Búfalas de Brotas’ é uma exceção à normalidade da pecuária, diz Faesp
Um caso de maus-tratos à animais, que ficou nacionalmente conhecido como ‘Búfalas de Brotas’, não representa a realidade da pecuária no Brasil e no estado de São Paulo. A afirmação é da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp). “O responsável [pelos maus-tratos] deve ser punido de acordo com a lei, afirma o presidente da entidade, Fábio de Salles Meirelles.
“Isto é bastante claro para todos os que lidam com a agropecuária: nenhum sistema produtivo admite aberrações como o procedimento desse cidadão de Brotas. Relembremos: criar é o contrário de destruir e, no caso da pecuária de corte ou de leite, que não há diferença, o ato de criar corresponde ao principal”, complementa o presidente da Faesp.
Cyro Ferreira Penna Junior, presidente do Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC) e coordenador da Comissão de Bovinocultura de Corte da Faesp, diz que o caso de Brotas está longe de representar a realidade do setor. “Esta situação é uma exceção à regra. Maus-tratos a animais são um crime, e a entidade, acima de tudo, defende a lei e a legalidade dos sistemas produtivos. É importante que fique claro que esse é um caso pontual e o autor da ação deve ser julgado de acordo com a lei. A Faesp defende a produção legal, baseada em produtividade, qualidade, sanidade e bem-estar animal. Esse caso deve ser tratado como a exceção que ele representa de fato. O proprietário dos animais deve ser punido de acordo com a lei”, afirma Penna Júnior.
O coordenador da Comissão de Bovinocultura de Leite da Faesp, Wander Luís Carvalho Bastos, também presidente do Sindicato Rural de Cruzeiro e secretário municipal de Meio Ambiente, concorda. “Não podemos dizer que esse cidadão é um produtor rural ou um criador de animais. É inadmissível uma situação chegar a esse ponto. Nada justifica, nem pandemia e muito menos questão financeira, pois o prejuízo é muito maior. Nós, produtores, enxergamos isso como crime e pedimos punição exemplar e confisco dos animais, direcioná-los para as fazendas do estado. Depois que recuperar a forma, fazer um leilão, com o valor arrecadado indo para um fundo a ser usado em ações para cuidados de animais”, pontua.
Bastos lembra que o produtor é o principal interessado em agir dentro da lei. Outro fator importante é ressaltar que essa situação é um caso máximo de exceção, pois não representa a pecuária paulista ou as criações de búfalos que temos em nosso estado. O pecuarista é o principal interessado no bem-estar dos animais, primeiramente pelas razões humanas e, em segundo lugar, pelo fato de estar mais do que comprovado que o bem-estar tem papel fundamental na qualidade e no volume de produção”, ressalta o coordenador.
“São gerações e milhares de famílias que se dedicam a produzir alimentos, com qualidade, respeito e responsabilidades, mesmo diante de adversidades, sempre preocupados em evoluir, ajustando seu negócio às novas exigências e às demandas da sociedade, com princípios e valores”, enfatiza Meirelles.
E acrescenta, neste caso, que prover o bem-estar animal é um imperativo que transcende as cotações da arroba do boi gordo no mercado, por ser o que garante o equilíbrio dos sistemas de criação e a prosperidade dos pecuaristas.
“Uma preocupação dominante dos produtores é aperfeiçoar o meio de produção agropecuário, ao ponto de torná-lo plenamente apto a satisfazer o consumidor, ser rentável, conservar os recursos naturais e atender ao bem-estar dos animais. Pense-se no quão importante é a adoção de sistemas de produção sustentáveis para o progresso socioeconômico da agropecuária”, afirma.
VEJA TAMBÉM
Carne bovina: empresa do México visita Argentina para iniciar exportação
O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), Rodolfo Acerbi, conduziu uma reunião final com uma delegação da empresa mexicana de alimentos Sigma, onde –
Leia MaisCarne bovina: custo de produção aumenta em Mato Grosso
O custo de produção da pecuária de corte em Mato Grosso em 2022 seguiu com a tendência de alta observada desde 2018. Segundo os dados –
Leia MaisOvos: poder de compra do avicultor cai pelo 5º mês consecutivo
Os preços dos ovos comerciais continuam em queda em janeiro frente aos de dezembro na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Já os valores –
Leia MaisCarne bovina: exportações da Argentina geram US$ 3,431 bi em 2022
As exportações argentinas de carne bovina renderam US$ 3,431 bilhões em 2022, um aumento de mais de US$ 640 milhões do que no ano anterior, –
Leia MaisABCS diz que 84,1% do rebanho suíno de Alagoas foi vacinado contra a PSC
Em boletim divulgado na última sexta-feira (27), a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) informou que até agora, em 58 dias de trabalho, foram –
Leia MaisCarnes: 48% do rebanho bovino da Argentina é afetado pela seca
De acordo com a Bolsa de Comércio de Rosário (BCR), com dados do Sistema de Informação sobre Secas para a América do Sul (SISSA), 48% –
Leia MaisFrango: preço da carne de frango está em movimento de queda desde de dezembro
Os preços da carne de frango, negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo, estão em queda desde dezembro de 2022, com o movimento se –
Leia MaisBoi: diferença entre os valores médios de macho e fêmea é recorde
A diferença média entre os preços das arrobas dos animais machos e fêmeas prontos para abate, ambos comercializados no mercado paulista, atingiu o maior patamar –
Leia MaisCarne suína: exportações atingem 53,980 mil toneladas em janeiro
As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 134,583 milhões em janeiro (15 dias úteis), com média diária de US$ 8,972 milhões. –
Leia MaisFrango: queda no preço do frango e alta nos insumos pressionam poder de compra do avicultor
As cotações do frango vivo têm registrado forte queda entre as médias de dezembro de 2022 e da parcial de janeiro (até o dia 18). –
Leia Mais