China deve reduzir importações de carne suína em 2021, diz Rabobank
A crescente demanda de importação de carne suína e outras espécies da China foi um grande impulsionador da demanda nos mercados globais de proteína animal em 2020. O Rabobank, disse, porém, que haverá uma diminuição das compras de carne suína pela China em 2021.
- ‘Custo elevado faz suinocultor ter prejuízo de R$ 175 por animal em SP’
- Carne suína: China volta às compras e Brasil aumenta exportações em fevereiro
Segundo publicação do banco, divulgada nesta segunda, 15, os países exportadores têm procurando manter o comércio com a China. “O preço será um fator importante que determinará quais países manterão altos fluxos de comércio de carne suína para a China em 2021, junto com a disponibilidade e considerações geopolíticas”, avalia o banco.
O Rabobank destaca que a redução no rebanho de porcas no início de 2021 deve impactar o ritmo de repovoamento na China, muito embora ele deve continuar, ainda que em um ritmo mais lento do que o observado no ano passado. Vacinas ilegais, novas variantes de peste suína africana e a pressão por outras doenças, como a Síndrome Reprodutiva e Respiratória Suína (PRRS), resultaram em um aumento da taxa de mortalidade de leitões e abates do rebanho de porcas e suínos nos últimos meses.
Segundo o Rabobank, o rebanho de porcas apresentou uma queda mensal de 3% a 5% entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, mas ainda há uma expectativa de que ele seja entre 10% a 15% maior do que há um ano. Além disso, o impacto da PSA na produção geral de carne suína chinesa é menor do que em 2019 e no início de 2020.
Entretanto, como a densidade populacional de suínos aumentou em 2020 devido ao reabastecimento bem-sucedido e que deve continuar a crescer nos próximos anos, os riscos de recorrências da PSA também aumentam. O reabastecimento vai encontrar eventos contrários de vez em quando nos próximos anos. Diante desse cenário, o Rabobank estima que a recuperação total será possível somente depois de 2023.
Após o Ano Novo Lunar, os preços do suíno começaram a cair cerca de 20% em apenas dois meses, principalmente devido à fraca demanda sazonal, mas também refletindo o pânico de vendas dos produtores pelas preocupações com as doenças. No entanto, os preços dos leitões se recuperaram fortemente entre dezembro e fevereiro, indicando uma oferta restrita e também uma expectativa generalizada de preços de suínos mais fortes para o resto de 2021. Como o mercado antecipa preços de suínos mais elevados, o reabastecimento continuará
rapidamente, apesar das ameaças de surtos de doenças.
Conforme o Rabobank, embora o rebanho geral de porcas tenha diminuído, as taxas de declínio variaram muito entre as regiões, indicando que os surtos da doença ainda estão limitados a regiões específicas. Como o vírus da PSA
sofre mutação, tornando mais difícil o controle, a biossegurança continuará sendo a maneira mais eficaz para defender o rebanho. A barreira para entrar na suinocultura agora é ainda maior, devido à tecnologia e capital envolvidos, levando a uma maior consolidação em um futuro próximo.
Produção de suínos deve crescer em 2021
O Rabobank espera que a produção de suínos na China cresça entre 8% a 10% no ano em 2021. Houve recentemente um ajuste para baixo devido aos ventos contrários criados pela nova onda de surtos de PSA. O banco acredita que a produção de suínos continuará crescendo, assim como o rebanho de porcas, apesar das perdas durante o inverno.
A produção de suínos poderá, entretanto, sofrer oscilações ao longo do ano. No primeiro trimestre, esperamos um rápido aumento devido à liquidação motivada por preocupações com doenças, com desaceleração no 2º trimestre. Os volumes de abate por matadouros em escala aumentaram 29% em janeiro de 2021 frente ao ano anterior, mostrando a melhoria na oferta de suínos, embora a liquidação também tenha desempenhado seu papel.
As empresas relataram quedas mensais nas vendas de suínos em janeiro, mas todas indicaram um crescimento anual significativo. Fortes vendas no inverno sugerem que o mercado pode repetir o que vimos em 2019, quando o rebanho de suínos diminuiu, mas a produção de suínos aumentou no primeiro semestre, antes da reversão da situação na segunda metade do ano.
Embora acredite que a oferta de suínos em geral aumentará em 2021, o Rabobank espera que os preços flutuem devido às incertezas do desenvolvimento de doenças, interesses de reabastecimento, custos de alimentação e políticas de importação. Nossa visão é que os preços médios do suíno em 2021 serão menores do que em 2020 e sujeito a fortes altos e baixos durante o ano.
No final da cadeia de varejo, a economia da China deve se recuperar ainda mais dos impactos da Covid-19 em 2021. Isso apoiará a demanda de serviços de alimentação e o consumo institucional, bem como o consumo das famílias. Como os preços da carne suína cairão com os altos níveis de 2020, eles obterão suporte de uma demanda aprimorada.
O governo da China reiterou sua política de apoio à produção local de suínos, enfatizando a importância da construção do sistema de melhoramento/genética. Como resultado, um número maior de empresas líderes com capacidade de criação provavelmente receberá políticas favoráveis de apoio e suporte.
VEJA TAMBÉM
Carnes: abate de vacas na Argentina cresce 21% em abril em base anual
O envio de vacas destinadas ao abate na Argentina cresceu 21% em abril na comparação anual, atingindo o pico de 313,5 mil cabeças. No primeiro –
Leia MaisCarne suína: exportações atingem 20,655 mil toneladas em maio
As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 52,880 milhões em maio (4 dias úteis), com média diária de US$ 13,220 milhões. –
Leia MaisOvos: preços se estabilizam neste início de mês
Os preços dos ovos iniciaram o mês de maio estáveis, apesar de este período ser geralmente marcado pelo aquecimento na demanda, por conta do maior –
Leia MaisFrango: menor demanda reduz médias mensais em abril
Os preços médios da maioria dos produtos avícolas acompanhados pelo Cepea registraram quedas de março para abril. Segundo pesquisadores do Cepea, esse movimento esteve atrelado –
Leia MaisBoi: exportações em abril são as menores desde novembro de 2021
As exportações brasileiras de carne bovina in natura somaram 110,34 mil toneladas em abril, volume 11,32% inferior ao de março/23 e expressivos 30% abaixo do –
Leia MaisSuínos: vivo se valoriza em São Paulo, mas preço da carne cai
Entre o fim de abril e o início de maio, os valores do suíno vivo tiveram comportamentos distintos dentre regiões acompanhadas pelo Cepea. Na região –
Leia MaisExpoZebu: ABCZ recebe presidente do Comitê Leiteiro da associação Mexicana dos Criadores de Zebu
A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) recebeu, na manhã desta quinta-feira (4), durante a 88ª ExpoZebu, a visita do Presidente do Comitê Leiteiro –
Leia MaisLeilões da ExpoZebu ultrapassam a marca de R$ 85 milhões em vendas
Na noite desta terça-feira (2), vaca foi arrematada por R$ 4,7 milhões Os leilões chancelados pela 88ª ExpoZebu, realizados nesta terça-feira (2), registraram R$ 28.194.876,00 –
Leia MaisOvos: poder de compra do avicultor é o maior desde outubro de 2017
Com as cotações dos ovos operando em patamares recordes e com o recuo expressivo dos valores do milho e do farelo de soja, o poder –
Leia MaisFrango: poder de compra aumenta, mesmo com desvalorização do vivo
O poder de compra do avicultor vem avançando em abril frente ao mês anterior, apesar da desvalorização do frango vivo no mercado doméstico. De acordo –
Leia Mais