China vai importar carne do Brasil certificada antes do embargo
A Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) autorizou a importação de carne bovina brasileira certificada antes do dia 4 de setembro. A decisão foi publicada nesta terça-feira (22).
O embargo, no entanto, continua.
Com a decisão, cerca de 100 mil toneladas de carne bovina brasileira poderão desembarcar em portos chineses, segundo estimativas da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
Em cumprimento ao protocolo sanitário assinado com o país asiático em 2015, como exportação para a China foram suspensas pelo Brasil no dia 4 de setembro, após a identificação de dois casos atípicos de EBB, (Encefalopatia Espongiforme Bovina, nome técnico do mal da vaca louca), um Minas Gerais e outro em Mato Grosso.
Notícia importante para a nossa pecuária. A Administração Geral de Alfândegas da China (GACC) informou que foi autorizada a entrada de cargas de carne bovina com certificação sanitária até o dia 03/09/21. Continuamos as negociações para a retomada das exportações regulares. pic.twitter.com/6HNfnMW2gR
— Tereza Cristina (@TerezaCrisMS) November 23, 2021
Desde então, o governo brasileiro vem mantendo intensas consultas técnicas com autoridades chinesas para fornecer as informações necessárias à reabertura do mercado.
Segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a liberação desses lotes pela GACC representa um primeiro passo rumo à retomada das exportações regulares para a China.
“Não existe motivo de preocupação nem para os nossos consumidores nem para os consumidores externos. Essa liberação alivia os nossos exportadores que tinham muitos desses contêineres no mar ou em portos, que serão então liberados para entrarem na China. Agora, temos um próximo passo para liberar a suspensão da carne brasileira daqui para frente. Estamos em andamento neste processo e espero que isso aconteça ainda no próximo mês”, frisou Tereza Cristina.
O Brasil já encaminhou todos os documentos solicitados pelas autoridades chinesas, que estão analisando as informações enviadas.
Em relação aos impactos registrados pelos produtores, a ministra reforçou o reconhecimento do Brasil como maior exportador mundial da proteína e a força do setor para enfrentar este momento.
“O setor [pecuária] mostrou que é forte, que tem que estar preparado para eventuais fechamentos, que vai continuar exportando e que a carne brasileira tem sempre lugar nos mercados, porque somos os maiores produtores e exportadores de carne bovina do mundo. Os produtores se movimentaram rapidamente, as plantas que estavam habilitadas para exportar aos Estados Unidos exportaram mais carne para lá, tendo até uma reação dos produtores americanos. Haverá uma nova cota de exportação de carne bovina para a Rússia ao qual o Brasil terá um acesso grande, por ser um grande exportador e por ter plantas já habilitadas para a Rússia”.
O Brasil é atualmente principal fornecedor de carne bovina da China, fornecendo cerca de 40% de suas importações, e os compradores esperavam, inicialmente, que o comércio fosse retomado em algumas semanas.
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