Ir para o conteúdo
01 de dezembro de 2021 às 14h43

Prejuízo e menos boi no confinamento: como embargo chinês afeta pecuaristas?

O abate de bovinos no Brasil chegou ao menor patamar de quase duas décadas. O cenário é resultado do embargo da china à carne brasileira, adotado no início de setembro. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em outubro, o número de abates ficou abaixo de 2 milhões de cabeças de gado, 30% a menos do que em agosto, por exemplo.

Em quase três meses de embargo à carne bovina, a dinâmica de trabalho na fazenda de Nelso Marcon foi alterada. O pecuarista de Poxoréu, em Mato Grosso.

Foto: Pedro Silvestre

“Em 15 dias, eu perdi R$ 130 mil. Meu lucro se foi. Mesmo com a minha insistência de que eram animais jovens, com 28 arrobas e 23,8 meses”

O confinamento do Victor Campanelli, no interior de São Paulo, foi bastante afetado com a restrição chinesa. A situação do local foi totalmente modificada após as restrições anunciadas pelo país asiático.

“O confinador viveu talvez por um dos piores momentos da história da pecuária. Passamos por uma volatilidade de preço que é anormal no boi gordo”, diz Campanelli.

Embargo chinês à carne bovina reduziu volume de animais confinados do pecuarista Victor Campanelli.

Desde que foi afetada pela peste suína africana, a china se tornou um dos principais clientes da carne bovina brasileira. Até setembro, o país asiático correspondia a quase 50% das vendas do Brasil no segmento.

A China é um mercado com características diferenciadas, que exigiram do Brasil uma adequação enorme em toda cadeia que passou a focar em animais mais jovens de até 30 meses, dando origem ao chamado boi padrão ‘China’. Um gado que não pode ser produzido no modelo tradicional, a campo. Por isso, o embargo inesperado trouxe reflexos nunca antes vistos.

“Eu nunca havia visto esse ‘desconfinamento’, que é quando você pega o animal pronto para o abate e solta no pasto. Outra coisa que me chamou a atenção foi o ‘reconfinamento’, ou seja, pegar o animal que foi solto no pasto para colocá-lo de volta ao confinamento”, ressalta o presidente da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), Maurício Velloso.

O problema começou quando dois casos atípicos do mal da vaca louca foram notificados no rebanho brasileiro. Para cumprir o protocolo sanitário entre os dois países, o Brasil suspendeu a exportação para a China por 13 dias. Mas os chineses decidiram manter o embargo, mesmo após a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) confirmar que os registros não representavam risco à saúde humana.

“Esse embargo à carne brasileira nada mais é que um instrumento de obrigar o Brasil a baixas os preços da carne exportada” avalia o presidente da Assocon.

Desde o início do embargo, o Brasil deixou de arrecadar o equivalente a R$ 11 bilhões, segundo a Safras & Mercado. Se a situação não for revertida, e o valor pode ultrapassar R$ 17 bilhões ao final de 2021.

Na última semana, a China autorizou o envio de carne bovina que estava certificada até 4 de setembro, antes do embargo. A liberação parcial ajudou a dar vazão a contêineres que estavam parados, como em Lins, no interior de São Paulo, onde a JBS opera com dois terminais.

De acordo com a indústria, o mercado já se adaptou à ausência da China com a redução de abate nos frigoríficos.

“Em setembro e outubro, a entrada de matéria-prima no confinamento ficou estabilizada, porque o mercado interno precisava de acomodação nos preços. Nesse sentido, os boiteis e os confinamentos viram um enxugamento na entrada de animais. Mas, a partir de novembro, o mercado começa a se estabilizar com a retomada do boi magro no cocho para engorda”, explica José Roberto Bischofe, gerente-executivo de confinamento da JBS.

 

09/06/2022 às 08h02

Carnes: Genômica Angus deve chegar a 8 mil cabeças até o fim de 2022

A genômica da raça Angus vem ganhando adesão entre criadores no Brasil. Segundo dados apresentados pelo gerente de fomento da Associação Brasileira de Angus, Mateus –

Leia Mais
06/06/2022 às 17h03

Terça-feira é o último dia para produtores rurais de SP declararem vacinação de rebanho

Terça-feira (7) é o último dia para produtores rurais paulistas realizarem a declaração de vacinação do rebanho contra a febre aftosa e a brucelose. A –

Leia Mais
06/06/2022 às 14h02

Ovos: valores seguem estáveis há quase um mês

As cotações dos ovos comerciais iniciaram o mês de junho praticamente estáveis na maioria das praças acompanhadas pelo Cepea, cenário que vem sendo observado desde –

Leia Mais
06/06/2022 às 12h02

Colheita de milho de segunda safra em MT atinge 6%, diz Imea

A colheita de milho segunda safra em Mato Grosso avançou 3,61 pontos na semana e alcançou 5,98% da área plantada no Estado, segundo boletim do –

Leia Mais
06/06/2022 às 10h03

Com umidade dos grãos ainda alta, colheita da safrinha chega a 3% no Centro-Sul

A colheita da safrinha 2022 de milho alcançou na quinta-feira (2) 3% da área cultivada no Centro-Sul do Brasil, contra 1,2% uma semana atrás e –

Leia Mais
06/06/2022 às 08h04

Colheita da safra 21/22 de milho atinge 52% na Argentina

Levantamento semanal divulgado pelo Ministério da Agroindústria da Argentina indicou que a colheita de milho da safra 2021/22 atingiu 52% da área estimada de 10,349 –

Leia Mais
05/06/2022 às 16h02

Conab participa de evento sobre cadeia produtiva do leite

Técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apresentaram as principais ações do governo em apoio ao pequeno produtor durante o Workshop de Estruturação do Programa –

Leia Mais
05/06/2022 às 10h02

Colheita de milho atinge 92% no Rio Grande do Sul

A colheita de milho atinge 92% da área no Rio Grande do sul. Na semana passada, eram 90%. Em igual momento do ano passado, eram –

Leia Mais
04/06/2022 às 06h02

Aumento de casos de gripe aviária nos EUA pode elevar preços da carne

O surto contínuo de gripe aviária altamente patogênica (HPAI) nos Estados Unidos está ameaçando o fornecimento de aves e pode elevar ainda mais os preços –

Leia Mais
03/06/2022 às 17h02

Frango: com vendas enfraquecidas, preços recuam em maio

De acordo com a avaliação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), o baixo poder de compra da população brasileira, fragilizado sobretudo pelo –

Leia Mais