02 de setembro de 2021 às 16h43

Crise no setor de carne da Argentina pode afetar mercado de grãos

A indústria de carne bovina na Argentina vive uma crise e amarga prejuízos após o governo local decidir impor limites às exportações. Até o dia 31 de outubro de 2021, os produtores daquele país devem respeitar uma cota de 50% de carne bovina que pode ser vendida ao mercado externo.

A medida de restrição, anunciada em maio pelo presidente argentino Alberto Fernandez, não agradou os produtores locais, que ameaçam uma paralisação do setor produtivo como forma de protesto.

“A restrição para exportação de carne bovina gerou tanto descontentamento, que há rumores de uma greve do setor produtivo no país, e não apenas dos produtores de carne, mas do agro como um todo. Há um temor que medidas restritivas também sejam adotadas para outros setores agrícolas, como é o caso do milho e da soja”, diz Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado.

“Considerando a importância da Argentina como exportadora e de milho e importante player mundial de soja, uma paralisação teria impactos em escala global”, complementa.

Na última terça, 31, as entidades ligadas à Confederação Intercooperativa Agropecuária Limitada (Coninagro), afirmaram que devem avaliar os passos a seguir e não descartam uma paralisação geral das atividades. “O governo nos leva a realizar ações que não gostaríamos. Junto com nosso Conselho, vamos tomar a decisão, considerando os prejuízos a toda a cadeia”.

A revolta da indústria pode ser explicada pelos prejuízos acumulados desde que foram anunciadas as restrições nas vendas externas. Segundo cálculos do Instituto de Estudos Econômicos da Sociedade Rural Argentina (SRA), a cadeia de bovinos e carne na Argentina acumulou perdas de US$ 1,084 bilhão desde maio de 2021.

Adotada com o argumento de baixar os preços da carne bovina no país, o que se viu até o momento foi o oposto disso. “Em junho de 2020, o preço do novilho era de 90 pesos (R$ 4,75) por quilo de animal vivo. Em igual período deste ano, que é o dado mais atualizado que temos, o valor chegou a 182 pesos (R$ 9,62) por quilo de animal vivo. Claramente a tentativa de baixar os preços com a restrição dos embarques foi um tiro no pé”, pontua Iglesias.

Como já era de se esperar, a adoção de cotas para exportações de carne bovina impactou fortemente o mercado argentino. Em maio deste ano, o volume das exportações recuou 10,4% na comparação com o mesmo período de 2020. Em junho, último dado oficial do governo argentino, a retração nas exportações foi de 32,4%. Foram 49,104 mil toneladas comercializadas, contra 72,592 mil em junho do ano passado, segundo dados fornecidos pela Safras.

O Conselho Agroindustrial Argentino (CAA), que reúne 64 grupos no país, enviou nesta semana uma carta ao presidente Alberto Fernandez pedindo o fim das cotas de exportação. No entanto, os inúmeros problemas econômicos da Argentina, como inflação em alta, peso desvalorizado e balança comercial em déficit, dão sinais de que a situação não poderá ser revertida em um curto período.

Exportação limitada na Argentina é bom para o Brasil

Com o comércio restrito por uma medida governamental, a Argentina abriu espaço para que dois outros grandes players aumentassem a oferta de carne bovina no mundo. Segundo Fernando Iglesias, Brasil e Estados Unidos são os mercados mais beneficiados com a menor participação argentina neste momento.

“O resultado das exportações brasileiras de carne em agosto foi ótimo e soubemos aproveitar esse espaço. Mas é importante salientar. Além desta ‘ausência’ da Argentina no mercado de carne bovina, os problemas, como secas e disparada no preços dos bovinos, em outro player importante, a Austrália, beneficiaram tanto o mercado brasileiro quanto o norte-americano nesses últimos meses”, diz.

24/03/2021 às 08h01

Redução da demanda estabiliza saca do milho em R$ 93 em Campinas (SP)

O preço do cereal no mercado interno segue estabilizado no patamar de R$ 93 por saca em Campinas/SP, mas segue com viés de alta diante –

Leia Mais
23/03/2021 às 21h23

Cervejarias devem ser parceiras da pecuária e não inimigas, diz ACNB

Uma postagem da cervejaria Heineken apoiando o movimento Dia Mundial Sem carne repercutiu de forma negativa no agronegócio. O assunto foi prontamente rebatido também por –

Leia Mais
23/03/2021 às 21h17

Veja como laboratórios de vacina animal se uniram para ajudar na luta contra a Covid-19

Laboratórios que fabricam a vacina contra a febre aftosa se ofereceram para ajudar a produzir a vacina contra o novo coronavírus no Brasil. Em carta –

Leia Mais
23/03/2021 às 19h01

Preço do leite pago ao produtor deve recuar no Rio Grande do Sul

O valor de referência do leite projetado para o mês de março no Rio Grande do Sul é de R$ 1,3786, 0,73% abaixo do consolidado –

Leia Mais
23/03/2021 às 18h35

Boi gordo: maior oferta de animais deve ser observada apenas em maio, diz Safras

O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais altos nesta terça-feira. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, –

Leia Mais
23/03/2021 às 18h28

Ovos: exportação do Brasil cresce 150% no 1º bimestre do ano

A exportação brasileira de ovos no primeiro bimestre de 2021 totalizou 3,177 mil toneladas, volume 150,6% maior do que no mesmo período de 2020, informou –

Leia Mais
23/03/2021 às 17h41

Conseleite projeta alta de 1,78% no preço pago ao produtor no Paraná

O preço do leite pago aos produtores do Paraná deve ser maior em março. A projeção é de que o valor de referência do leite –

Leia Mais
23/03/2021 às 10h32

Trigo: webinar gratuito debate nesta 5ª manejo para pastagem e silagem

Para discutir os novos cenários para a pecuária de leite e de corte, visando a produção de alimento durante o inverno, acontece na próxima quinta-feira, –

Leia Mais
22/03/2021 às 20h27

Preço do suíno em São Paulo cai 18% em menos de um mês, diz Scot

O preço do suíno terminado nas granjas de São Paulo caiu 18% só neste mês, segundo levantamento feito pela Scot Consultoria. Apesar do aumento do –

Leia Mais
22/03/2021 às 20h09

Com alta nos preços, boi gordo é negociado acima da referência média

O mercado físico de boi gordo iniciou a semana com preços de estáveis a mais altos. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique –

Leia Mais