Custo com confinamento sobe e preocupa produtor, diz DSM
O gerente da categoria de Confinamento da DSM, Marcos Baruselli, destacou que os elevados custos inflacionários vêm preocupando o setor de pecuária voltado à atividade de confinamento. “Os insumos e matérias-primas usados no confinamento vêm subindo muito neste ano, como os minerais e as vitaminas. Os fosfatados bicálcicos e a ureia pecuária subiram de 20% a 30% neste ano, por exemplo, acompanhando a alta do dólar. Já o milho dobrou de preço, com a saca passando de R$ 40 a R$ 50, no ano passado, para valores entre R$ 90 a R$ 100 neste ano”, comenta.
- Demanda por carne bovina pode aquecer neste 2° semestre, diz Safras & Mercado
- Confinamento vem dando retorno para o pecuarista desde 2015
Conforme Baruselli, o custo médio diário da dieta dos animais em São Paulo passou de R$ 9 a R$ 10 para R$ 18, o que encareceu a atividade de confinamento como um todo. “Hoje se estima que o custo por arroba na atividade de confinamento chegue ao redor de R$ 260, tendo como base o mercado de São Paulo, o que pode variar no Brasil, dependendo da região”, detalha.
Baruselli salienta que apesar do setor estar receoso com os custos, não houve uma queda nos confinamentos de primeiro giro, uma vez que o valor pago pela arroba também cresceu significativamente. “A arroba em São Paulo saltou de R$ 150 para R$ 315, mesmo em um momento de retração no consumo de carne bovina diante da elevação na taxa de desemprego no Brasil. Esse avanço no preço foi determinado pela exportação, que se mostra bastante aquecida. Nesse cenário, mesmo em um período de matéria-prima em alta, o preço da arroba acaba cobrindo os custos da atividade de confinamento e a conta é positiva para o pecuarista, que consegue uma lucratividade ao redor de R$ 55 por arroba”, avalia.
O gerente afirma que, em meio a custos elevados do milho grão, do milho silagem e da soja, os pecuaristas buscaram fazer um uso maior de co-produtos de indústrias como proteínas alternativas na dieta dos animais no primeiro giro de confinamento. “Eles fizeram uso da pasta de soja, gérmen de milho, farelo de arroz, polpa cítrica (especialmente em São Paulo), entre outros, dependendo da região”, pontua.
Baruselli disse que a DSM está realizando neste momento o levantamento de seguro giro dos confinamentos pelo Brasil e os resultados devem ser conhecidos dentro de 40 dias. “No primeiro giro, a atividade cresceu em torno de 9%, devido à alta da arroba bovina. A expectativa é de que os dados mostrem um avanço ao longo deste ano”, prospecta.
O representante da DSM ressalta que a atividade de confinamento no Brasil vem avançando entre 5% a 6% a cada ano. Em 2020, o censo de confinamento da DSM apontou um confinamento recorde de 6,18 milhões de cabeças, com um avanço de 6% ante os números de 2019. “No ano passado houve um crescimento expressivo nos confinamentos no Brasil Central, com destaque para o Mato Grosso e Goiás. Esperamos que em 2021 os números também apontem um aumento na atividade, embora talvez em patamares menores, devido ao cenário de forte elevação nos custos”, avalia.
Projeções para o confinamento no Brasil
Baruselli acredita que as primeiras expectativas para o ano de 2022 são bastante positivas para a pecuária e a atividade de confinamento. “As perspectivas são boas, uma vez a demanda para a carne bovina tende a seguir muito positiva em todo o mundo, favorecendo a exportação. Além disso, há fortes indicativos de uma retomada na atividade econômica no Brasil no próximo ano, contribuindo para um aumento no consumo de carne bovina. Por este cenário, a arroba tende a seguir com um valor bastante interessante, não ficando abaixo de R$ 300 no próximo ano”, sinaliza.
VEJA TAMBÉM
Milho: Brasil deve produzir 114 milhões de toneladas na safra 2021/2022
O Brasil deverá produzir 114 milhões de toneladas de milho na safra 2021/22, segundo informações do boletim Gain Report, de adidos do Departamento de Agricultura –
Leia MaisProdutor independente de SC tem perda de R$ 300 por suíno terminado
Aproximadamente 45% dos produtores independentes de Santa Catarina se concentram na região Vale do Braço do Norte. Apenas no município de Braço do Norte são –
Leia MaisLeite: preço pago ao produtor recuou pelo terceiro mês seguido, diz Scot
O preço do leite pago ao produtor caiu no pagamento realizado em março, referente a produção entregue em fevereiro último. Foi a terceira queda consecutiva, –
Leia MaisBoi gordo: preços permanecem firmes sustentados pela baixa oferta
Terça-feira pouco movimentada no mercado de boi gordo. A morosidade persiste, tendo em vista que as indústrias, que atendem majoritariamente o mercado interno, ainda estão –
Leia MaisMilho: preço segue refletindo oferta escassa e necessidade de compra
O preço do milho em Campinas (SP) segue refletindo a oferta escassa e a necessidade de compra, sustentado em R$ 94 por saca. As cotações –
Leia MaisSimpósio Brasil Sul de Avicultura começa nesta terça, 6, em formato online
Começou nesta terça, 6, o 21º Simpósio Brasil Sul de Avicultura. O evento que é considerado um dos maiores do setor avícola latino-americano, vai ocorrer –
Leia MaisCarne bovina: Rússia tem grande poder de consumo, diz Benedito Rosa
O presidente Jair Bolsonaro conversou nesta terça-feira, 6, por telefone, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Durante a ligação, foi conversado sobre a aquisição –
Leia MaisColheita de milho 1ª safra atinge 88% da área no Paraná
A colheita da 1ª safra de milho 2020/21 no Paraná, atinge 88% da área. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura –
Leia MaisBoi gordo sobe em MT e vai a R$ 307 por arroba, diz Safras
O mercado físico de boi gordo registrou preços entre estáveis a mais altos nesta terça-feira, 6. Segundo o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique –
Leia MaisÁgio entre bezerro e boi gordo no 1º bimestre atinge 23,64% no MT
O ágio, que é quando o quilo da carcaça do bezerro custa mais que o quilo da carcaça desse animal transformado em boi gordo, é –
Leia Mais