Faesp cobra ‘esforço diplomático’ do governo para retomar venda de carne à China
A Federação de Agricultura e Pecuária de São Paulo (Faesp) enviou ofícios ao Ministério da Agricultura (Mapa) e ao das Relações Exteriores, sobre o embargo mantido pelo governo chinês à importação de carne bovina brasileira. O documento, assinado pelo presidente da entidade, Fábio Meirelles, pede que sejam tomadas medidas adicionais, com maior esforço político e diplomático, junto ao governo chinês , para a reversão do quadro, que “pode tornar-se gravíssimo para a pecuária paulista e brasileira”, destaca o dirigente.
Em comunicado, a Faesp disse reconhecer o esforço do governo nas tratativas que objetivam a pronta solução do problema, mas ressalta que o Brasil tem a seu favor argumentos técnicos suficientes para demandar a retomada das exportações para a China. O documento cita o trabalho de vigilância conduzido pelo serviço veterinário oficial brasileiro e que a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) concluiu rapidamente o relatório a respeito dos dois casos atípicos de vaca louca ocorridos no Brasil, reiterando não haver risco de proliferação da doença.
Meirelles salienta os danos causados aos pecuaristas paulistas pela paralisação das vendas. “A China tornou-se o principal destino das exportações de carne bovina produzida no Estado de São Paulo e em todo o território nacional. A demanda crescente daquele país foi fator determinante para o investimento de muitos produtores. Assim, haverá significativos prejuízos com a manutenção do embargo, responsável por acentuar a queda no preço dos animais de abate e com poucas perspectivas de solução em curto prazo, considerando que o ambiente de especulação ganha força e pressiona os pecuaristas”, alerta.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Penna Junior, reforça não haver qualquer razão técnica para as vendas de carne à China não serem retomadas imediatamente. Lembrou que os casos identificados com suspeita de vaca louca eram de animais velhos, que sequer foram para a linha de produção.
Penna Júnior também ressaltou que o caso está causando prejuízos aos pecuaristas. “O preço da arroba do boi, por conta dessa suspensão das vendas, já caiu de R$ 315 para R$ 265. Muitos produtores ainda têm que lidar com os altos custos do milho e soja. Há um grande risco, se a situação perdurar, de haver uma bancarrota no setor, desestimulando a atividade”, lamentou.
VEJA TAMBÉM
Carne bovina: empresa do México visita Argentina para iniciar exportação
O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), Rodolfo Acerbi, conduziu uma reunião final com uma delegação da empresa mexicana de alimentos Sigma, onde –
Leia MaisCarne bovina: custo de produção aumenta em Mato Grosso
O custo de produção da pecuária de corte em Mato Grosso em 2022 seguiu com a tendência de alta observada desde 2018. Segundo os dados –
Leia MaisOvos: poder de compra do avicultor cai pelo 5º mês consecutivo
Os preços dos ovos comerciais continuam em queda em janeiro frente aos de dezembro na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Já os valores –
Leia MaisCarne bovina: exportações da Argentina geram US$ 3,431 bi em 2022
As exportações argentinas de carne bovina renderam US$ 3,431 bilhões em 2022, um aumento de mais de US$ 640 milhões do que no ano anterior, –
Leia MaisABCS diz que 84,1% do rebanho suíno de Alagoas foi vacinado contra a PSC
Em boletim divulgado na última sexta-feira (27), a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) informou que até agora, em 58 dias de trabalho, foram –
Leia MaisCarnes: 48% do rebanho bovino da Argentina é afetado pela seca
De acordo com a Bolsa de Comércio de Rosário (BCR), com dados do Sistema de Informação sobre Secas para a América do Sul (SISSA), 48% –
Leia MaisFrango: preço da carne de frango está em movimento de queda desde de dezembro
Os preços da carne de frango, negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo, estão em queda desde dezembro de 2022, com o movimento se –
Leia MaisBoi: diferença entre os valores médios de macho e fêmea é recorde
A diferença média entre os preços das arrobas dos animais machos e fêmeas prontos para abate, ambos comercializados no mercado paulista, atingiu o maior patamar –
Leia MaisCarne suína: exportações atingem 53,980 mil toneladas em janeiro
As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 134,583 milhões em janeiro (15 dias úteis), com média diária de US$ 8,972 milhões. –
Leia MaisFrango: queda no preço do frango e alta nos insumos pressionam poder de compra do avicultor
As cotações do frango vivo têm registrado forte queda entre as médias de dezembro de 2022 e da parcial de janeiro (até o dia 18). –
Leia Mais